20/09/2008

* 2008 - PROGRAMA TRIBUNA NA GALEGA

No dia 18 de setembro, a ABLUDEF a convite da TV Galega, participou do programa TRIBUNA NA GALEGA, do apresentador Fernando Melo. O programa é voltado aos interesses da comunidade. Maria Helena presidente da ABLUDEF e os associados Alaiton José Cristovão e Alexandre Wassermann, paraatletas do PARAJASC 2008 realizado em Chapecó. Maria Helena comentou sobre o trabalho realizado dentro da ong ABLUDEF, as dificuldades dos associados. Falou que a entidade faz um trabalho com o associado, pois cada dificuldade é analisada pela equipe de profissionais (fisioterapeutas, psicólogos, assistente sociais, médicos, terapeuta ocupacional), que após atendimentos direciona o usuário para cada especialidade.
O lema da ABLUDEF é: “Acredite neles, com limites, sem barreiras”.
Maria Helena Mabba, comentou que a ABLUDEF, tem um time de basquete na cadeira de rodas “SUPERAÇÃO SOBRE RODAS”, que representou Blumenau no PARAJASC em agosto em Chapecó. O apresentador Fernando Melo enalteceu o trabalho da ABLUDEF e aos paraatletas, pois participaram com todas as dificuldades e trouxeram medalhas. Alexandre comentou que o objetivo principal da equipe e da entidade é a integração dos atletas, tirarem o deficiente de dentro de casa, mostrando que ele existe para a sociedade. Contou que sofreu acidente em 2001, foi atropelado sobre a calçada. Dois carros bateram e foram pega-lo no acostamento, não dando chance de escapar da tragédia. Amputou as duas pernas imediatamente, ficou prensado entre o muro e o carro, sendo arrastado por 15 metros. Agradece ter escapado com vida. Alexandre fez demonstração de sua habilidade sobre a cadeira de rodas, já que defende as cores do município nas competições do PARAJASC. Mostrou como opera a cadeira de rodas de basquete. Mostrou agilidade, rapidez nos movimentos. As cadeiras de basquete são feitas sob medidas. O reporte pergunta como foi sua superação após o acidente. Diz que se sente normal, com limitações. Lutou pela vida e venceu. Maria Helena falou sobre as dificuldades dos paraatletas na questão da falta de transporte adaptado para levar os participantes nas competições fora do município. Disse também que é maravilhoso representar a cidade natal, mas as dificuldades são enormes com a falta de acessibilidade. Precisam dormir em alojamentos, quase sempre numa escola, banheiros não são totalmente adaptados. As dificuldades são muitas, não existe patrocínio, quase tudo é bancado pela instituição. Alairton técnico da equipe de basquete em cadeira de rodas, conta que são muitas as dificuldades encontradas pelos paraatletas. Quase todos sem condições de bancar suas despesas pessoais. Foi lembrado no programa sobre a paraolimpíadas que aconteceu neste mês, um atleta da natação recebeu 7 medalhas , e que no geral foram 23 medalhas de ouro. Questiona por que deram tanta ênfase as olimpíadas de Pequim e não se da atenção idêntica as paraolimpiadas. Falou que a ABLUDEF tem várias temáticas de atendimentos: mercado de trabalho, informática, artesanato, fisioterapia, terapia ocupacional, Grupo melhor idade, grupo de crianças e de adolescentes. O apresentador Fernando Melo, comenta que os paraatletas deram uma lição de vida, vestindo a camisa com orgulho. Alexandre compara as 4 medalhas da olimpíadas de Pequim contra as 16 medalhas do PARAOLIMPIADAS , reclama da desigualdade, da falta de consideração pelo paraatleta. Pergunta se podem cobrir um evento do porte das Olimpíadas, porque não estender para as Paraolimpíadas, que este ano ficou em 9º lugar. Maria Helena coloca ao Fernando que a compra das cadeiras de rodas para o basquete, foi uma doação em dinheiro, que a justiça federal realizou em favor da ABLUDEF. Foi comprada seis cadeiras de rodas para o basquete, uma cadeira de rodas de arremesso, camisas para o time, agasalhos, bolas. As cadeiras de rodas foram adquiridas de uma empresa de Goiânia. Maria Helena lembra que o projeto das cadeiras de rodas para o basquete, já estava por seis anos prontos, a espera de liberação. Um telespectador perguntou ao Alexandre, quem cuidou dele nas semanas seguintes ao acidente? Alexandre respondeu que foi primordial a união da família, nos primeiros dias em que lutava pela sobrevivência, após o trágico acidente. Depois do acidente, casou teve um filho maravilhoso de cinco anos, que foi um grande presente, pois nasceu no dia de seu aniversário e hoje é um grande companheiro. Maria Helena disse que não querem que sintam PENA por serem deficientes, “Somos deficientes, mas somos eficientes, trabalhamos, amamos, fizemos tudo com limites sem barreiras”. Superamos tudo, hoje sou digitadora no AGG – Ambulatório Geral do Garcia, e trabalho como voluntária e presidente da ABLUDEF. Que lição podemos tirar para a vida? Pergunta Feita a Alexandre, pelo apresentador Fernando. Alexandre, responde que a pessoa não pode deixar de viver, tem que seguir em frente. Temos nossas limitações, no dia a dia temos algumas escadas, mas também temos pessoas solidarias que nos abre caminhos.

Maria Helena reforça que “nos tornamos deficientes não para sofrer, mas para mostrar aos outros que o mundo vale à pena”. Como o poeta Vinícius de Moraes falou “tudo vale a pena se a alma não é pequena”. A gente não quer ser vista como diferentes. Somos diferentes sim, porque temos uma deficiência física. Alexandre nos deu uma grande lição, com a mensagem que recebeu de sua mãe. Queremos que não nos olhem com indiferença, mas sim com igualdade. Alairton relatou sobre o seu acidente de moto, que teve quando jovem como conseqüência teve amputação de uma das pernas, e por 17 anos não se aceitava como deficiente. Agora está trabalhando como técnico do grupo de esporte da Abludef, e vê que suas limitações são mínimas em relação ao grupo. Maria Helena convocou as mulheres para participarem do basquete, montando uma equipe de mulheres para competir com a equipe masculina, atualmente temos uma associada na equipe. Fernando perguntou se já sofreram discriminações em suas vidas: Alexandre respondeu que pelo seu jeito despachado, ele passa por cima das dificuldades, e faz de conta que não percebe, aplica como lema em sua vida “Bola prá frente”. Quanto a Maria Helena, respondeu que ela escuta, mas deixa prá lá. Supera as dificuldades, pois as pessoas não conseguem ver as dificuldades que eles enfrentam durante a vida. Para finalizar , o apresentador do programa Fernando Melo, solicita licença a Maria Helena e pega sua muleta canadense, e pede que a comunidade reflita a respeito da entrevista. Pede respeito, mostrando que a sociedade tem que respeitar os paraatletas, pois muitos heróis anônimos lutam no dia a dia. Pensem no lema da ABLUDEF:
“ ACREDITE NELES, COM LIMITES, SEM BARREIRAS”
Pessoas que participaram do programa, ligaram ou passaram e-mail.
Gilberto e Rose (amigos de infância da Maria Helena)
Margarete (Itoupava Norte)
Loureci (cuidou do Alexandre no hospital)
Luiz (Velha)
Jorge (professor de informatica - (Velha)
Amigos da célula
Vanda (mãe do Alexandre)
Drº Fábio Lopes
Adalberto e Dalva ( pesquisador e cientista social /assistente social)
Maike (associada e atleta do basquete em cadeira de rodas)

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Dalva Day
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Assistente Social, Blumenau/SC