26/09/2009

* 2009 - FOLHA DE BLUMENAU edição 318

Na edição n. 318 do jornal FOLHA DE BLUMENAU do dia 26 de setembro de 2009, saiu a matéria que o reporter Cristian Edel Weiss, fez com a presidenta da ABLUDEF Maria Helena Mabba (Conselheira do COMTRANBLU – CONSELHO MUNICIPAL DE TRÂNSITO E TRANSPORTES ) e com a associada da entidade Hilda Maria da Rocha.
Presidenta: Maria Helena Mabba
Definitivamente, uma falha humana que tem custado caro à sociedade é a imprudência no trânsito. Somente em Blumenau, as 38 mortes e os 1.719 feridos em acidentes - no perímetro urbano e nas rodovias SC-474 e SC-418, que cortam a cidade - geraram um prejuízo de aproximadamente R$ 182,77 milhões aos cofres públicos. Dinheiro suficiente para construir 8.251 moradias populares ou, praticamente, custear 61% dos R$ 300 milhões necessários para recuperar a infraestrutura do Município. Os valores estimados têm base no levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cujos resultados apontam que cada morte no trânsito gera o custo de R$ 467 mil para o Poder Público. Com cada ferido, o prejuízo é de R$ 96 mil. Os custos estão relacionados a indenizações por invalidez, tratamentos de saúde, translado do acidentado, danos materiais ao veículo, atendimento das forças de resgate e estragos à propriedade pública e privada.No ano passado inteiro, houve 43 mortes e 2.617 feridos nas rodovias e ruas da cidade, contabilizando prejuízos de R$ 271 milhões.Das 28 mortes ocorridas neste ano no perímetro urbano, 17 envolveram motos e 12 em outros veículos, com jovens de 18 a 27 anos. Para o diretor de Trânsito do Seterb, José Carlos de Oliveira, a imprudência e a precipitação dos condutores são as maiores responsáveis pelas cifras milionárias. “O problema não é só do custo final, mas a falta de consciência do motorista em se colocar no lugar dos outros e agir com consciência. Não percebem que são a peça mais frágil”, avalia. De acordo com a presidente da Associação Blumenauense de Deficientes Físicos (Abludef), Maria Helena Mabba, aproximadamente 70% dos novos associados são vítimas de acidente de trânsito. “O que assusta é que cada vez mais são jovens, entre 18 e 25 anos, que nos procuram”, espanta-se.
MARCAS
Vítima do trânsito, há 23 anos Dona Hilda convive com limitações físicas .
Hilda Maria da Rocha é uma delas. Aos 43 anos, convive há 23 com as limitações físicas e a paraplegia que a falta do uso do cinto de segurança causou, após um acidente de automóvel, em Apiúna. “A gente nunca pensa nas consequências até sofrer na pele. E hoje, aumentou o número de carros e, consequentemente, a loucura das ruas. Os jovens parecem que ainda não percebem o risco”, avalia.Hilda aguarda há dois anos por uma cirurgia pelo SUS que vai fortalecer a musculatura do quadril e melhorar a postura. “A cirurgia vem sendo adiada porque os médicos falam que não podem operar devido a outros acidentados mais graves na fila”, conta.De fato, apenas vítimas de acidentes de trânsito, em estado grave, foram responsáveis pela lotação de 10% dos leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Antônio nos últimos seis meses. Para os casos mais leves, o DPVAT da unidade também registra média de 300 atendimentos mensais, com 45 cirurgias.Para o comandante do 13º Grupo da Polícia Militar Rodoviária, sub-tenente Rudimar de Souza, a redução dos prejuízos depende da consciência dos motoristas, aliada aos investimentos na formação dos condutores. “Dados estatísticos comprovam que o maior número de acidentes ocorrem por falha humana. Isso quer dizer que a diminuição desses números depende muito de nós, motoristas”, finaliza.
Reportagem: Cristian Edel Weiss
Folha de Blumenau
Edição: Nº 318 - ANO 4

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