No dia 17 de março na ABLUDEF o repórter do Jornal Meio Dia da RICTV Record Blumenau veio gravar o quadro “ BOM EXEMPLO”, sendo que a personagem principal será Maria Helena Mabba. O quadro "BOM EXEMPLO " vai ao ar todos os sábados, esse em especial irá ao ar no dia 26 de março.
Adalberto Day pesquisador da história de Blumenau, fez um texto que muito me sensibilizou. Maria Helena: uma mulher de fibra “Abro o espaço em meu Blog e o meu coração para falar de uma pessoa especial, Maria Helena Mabba Presidenta da ABLUDEF (Associação Blumenauense dos Deficientes Físicos) e da CODEPA (Comissão dos Direitos e Defesa dos Portadores de Deficiência e Patologia do Vale. O exemplo vem das dificuldades, das adversidades, das pessoas que não desistem, que persistem que nos mostram a solidariedade. Maria Helena com 1 ano adquiriu Poliomielite. Um ano após em 1961, chegou às gotinhas milagrosas, mas para ela já era tarde. A Poliomielite, geralmente chamada de pólio, é uma infecção altamente contagiosa causada pelo póliovirus. Em uma porcentagem pequena de pessoas infectadas, o vírus ataca as células nervosas no cérebro e na espinha dorsal, particularmente as células nervosas da espinha dorsal que controlam os músculos envolvidos nos movimentos voluntários como caminhar. A destruição destes neurônios causa paralisia permanente em um em cada 200 casos. A infecção é transmitida por contato direto com partículas do vírus que são eliminadas pela garganta ou pelas fezes. A doença foi erradicada virtualmente no hemisfério ocidental depois da introdução da vacina com vírus inativo em 1955 e a vacina, por via oral, com vírus atenuado em 1961.
Maria Helena és tu ...a inspiração de muita gente, das flores que guardei, és a vermelha, que brotou....Nascida como Maria Helena Mabba em Blumenau em 08 de outubro de 1959, no bairro Glória, mas ainda pequena foi morar em uma transversal do então Beco Tallmann (Rua Emilio Tallmann). Atualmente mora no bairro Glória. E é de Glórias que podemos falar desta guerreira.
- Em 1991 foi convidada para fazer parte da associação ABLUDEF, hesitou um pouco porque não sabia como seria estar neste mundo tão diferente das pessoas com deficiência. Mesmo sendo uma pessoa deficiente, mas que sempre conviveu com a sociedade que se diz normal seria diferente o desafio para ela. Aceitou e se tornou uma mulher briosa. São muitos anos representando a entidade como presidente e outros tantos como associada. Para ela foram anos que parecem minutos. “Paro e reflito em tudo o que fizemos, em todas as conquistas, em quantos “não” e “narizes empinados” encontramos no decorrer de nossa caminhada, segundo Maria Helena. Muitas horas de alegrias, lágrimas de tristeza e de emoção. Uma caminhada que faz refletir, e só quem sente na pele sabe o que é ser olhado de baixo para cima, sabe o que é abrir a porta seja onde for, banco, loja, restaurante e sentir dentro do coração um olhar de talvez admiração ou de pena, um olhar amigo ou um olhar de rejeição, só o coração sabe como é esse olhar, a gente, sente, treme e vai em frente como se nada estivesse acontecendo. Talvez seja só uma impressão, mas é real, complementa Maria Helena.
Em seu mandato, muitas conquistas incríveis se realizavam. “Foram horas de reuniões e no final, conseguimos nossa sede própria, contratar funcionários, ônibus adaptados, concessão para os quiosques nos terminais, participações em todos os conselhos de nosso município, e o mais importante, respeito e reconhecimento por nossa entidade, pelos trabalhos realizados e pelas amizades conquistadas ao longo dos anos” conclui nossa guerreira. Maria Helena , diz : “Você que muitas vezes acha que ser diferente é triste, pode acreditar que não. Pois nós que precisamos da ajuda de muletas, cadeira de rodas, órteses ou próteses, somos iguais e até mais felizes do que muitas pessoas que são perfeitas. Todos somos filhos de Deus , criado a sua imagem e semelhança e o que importa é o nosso interior o que somos e o que temos de bom para dar e ajudar. Somos deficientes, mas também somos gente. Sabemos amar, sorrir,sonhar,brigar,chorar, transar,namorar, sentimos medo,vergonha,tristeza e tudo o que as pessoas que não são deficientes sentem e passam,só com uma diferença; temos a coragem e sabemos respeitar e valorizar a vida. Coisa que está faltando para muita gente que desiste fácil e se acovarda diante de uma mudança de vida”. Maria Helena é deficiente desde 1960 e a cada dia que passa aprende e sente que pode ensinar muito, para quem nem imagina o que é ter uma vida com barreiras.
Fiquei imensamente feliz quando fui contatada pela equipe da Ric Record, sinalizando que tinham aceito a minha sugestão. Trabalho junto a Maria Helena desde 2004, como estagiária e atualmente como profissional do Serviço Social e a cada dia aprendemos juntas o que uma mulher pode fazer, mesmo recebendo muitos "nãos", muita ingratidão. Para Maria Helena Mabba não existe obstáculos, mesmo que nos achamos de imediato que não vai dar para fazer algo pela entidade, ela vem e nos dá um norte para que possamos continuar e com certeza afirmo que 99% dão certo.
Por vezes achamos que as dificuldades do nosso dia a dia é intransponíveis, ela nos mostra que as imensas barreira que ela trilha diariamente são pequenas planícies, pois sempre esta mais preocupada em tirar as barreiras para que os associados trilhem com segurança. Muitas conquistas como transporte adaptado, cursos profissionalizantes, habitação adaptadas, luta para garantir a todos e não individualmente. Com certeza o reporte Alexandre saiu da gravação com a certeza que Maria Helena Mabba pequena fadinha tem força de muitos gigantes.
O grupo arco Iris de 5ª feira fez questão de dar seu depoimento em relação a Maria Helena Mabba, ela por sua vez ficou muito emocionada. AS mulheres que fazem trabalhos manuais nas 5ª feiras sabem o quanto Maria Helena Mabba luta em prol a elas e as mais de 1500 associados que a ABLUDEF mantém. No final da gravação todas pediram ao repórter Alexandre para tirar uma foto com ele.
GRUPO DE ARTESANATO ARCO IRIS DE 5ª FEIRA
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Dalva Day
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Assistente Social, Blumenau/SC