* 2011 - O SERVIÇO SOCIAL DENTRO DA ABLUDEF

No dia 15 de maio é o dia do assistente social, e como tal não poderia deixar em branco, relato o TCC que produzi enquanto academica do serviço social no inicio de 2000 a 2004.

* 7% crianças,

* 7% adolescentes,

* 71 % adultos e

*  15% idosos.

A entidade tem travado em sua trajetória histórica, muitas lutas em busca de avanços na qualidade de vida das PDF’s e de suas famílias, garantindo os direitos previstos em leis e buscando novas conquistas, neste sentido conforme a Lei Federal 3.298/99 “É considerado PDF todo cidadão, em qualquer idade cronológica, que por, acidente ou doença sofra perda total ou parcial da capacidade motora.”A deficiência física engloba vários tipos de limitações motoras, assim relacionadas:

* paraplegia;

* Tetraplégica;

* Hemiplegia;

* Amputação e

*  Malformação Congênita

As situações mais graves são seqüelas que afetam as condições locomotoras, que levam a necessidade de adaptações arquitetônicas e ergonômicas.O objetivo da ABLUDEF é promover uma vida independente, produtiva e plena , com melhor qualidade para os cidadãos com deficiência física. Tendo como base a filosofia de que a PDF’s deva assumir o controle da sua vida utilizando o poder de fazer escolhas, de tomar decisões que lhe convierem e de influir na transformação da sociedade, exercendo sua plena cidadania, mesmo que fisicamente dependa de terceiros para realizar suas atividades na vida diária. E como objetivo principal desta política prestar serviços de assistência social, inserção nas políticas públicas e atuar na defesa dos direitos das PDF’s .

O logotipo da entidade, são dois pezinhos e a logomarca “ACREDITE NELES! Com limites e sem barreiras”, sendo esta a mais importante luta; a eliminação de barreiras para a inclusão social das PDF’s. A garantia do acesso aos direitos de cidadania, direito este que depende da vontade política de todos os cidadãos. Para efetivação de suas ações a ABLUDEF conta com financiamento do Fundo Municipal de Assistência Social, garantindo aproximadamente o custeio de 50% dos serviços prestados, do Projeto/Programa em execução. Possui outras fontes de recursos: a renda obtida pelo quiosque localizado no Terminal FONTE. Destaca-se que os próprios associados PDF’s da ABLUDEF trabalham neste local; a venda de camisas com a logomarca da ABLUDEF; roupas usadas que estão à disposição na instituição, a contribuição espontânea através do talão de energia elétrica (convênio CELESC).A ABLUDEF atende a uma demanda governamental, pois não há política pública de habitação e reabilitação destes cidadãos. Sua principal meta é promover a participação coletiva das PDF’s para lutar pelos seus direitos e conquistar seu espaço na sociedade como cidadãos; e não a de suprir o que é dever do Estado.Na instituição são evidenciadas várias demandas apresentadas pelas PDF’s, sendo elas; * mais linhas de ônibus adaptados;

* acesso ao BPC – Benefício Assistencial de Prestação Continuada;

*  maior acesso aos equipamentos de órteses e próteses;

* oportunidades de empregos;

*  auxílio para a aquisição de fraldas descartáveis.

* Melhorias de acessibilidade, de acordo c/ ABNT; aos equipamentos locais públicos e de uso público;

*  adequações arquitetônicas dos bancos, comércio em geral, hospitais, restaurantes e shoppings, adaptações de altura em guichês, balcões de atendimento, provadores de roupas com mais espaços e barras de apoio, portas e corredores mais largos, piso antiderrapante, elevadores de portas largas, etc.

A inserção do serviço social na ABLUDEF, deu-se principalmente com o aumento significativo de associados com demandas para a profissão. No ano de 2000 foi contratada uma assistente social para o quadro de funcionário da entidade, como profissional do serviço social têm como competência a intervenção frente às demandas sociais apresentadas pelo público usuário da instituição que interfere nos objetivos do processo de reabilitação e inserção social das PDF’s e suas famílias. Cabendo a assistente social, projetar, implantar, executar e acompanhar os programas desenvolvidos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência física, pois as barreiras e preconceitos são bastante visíveis no contexto social ao qual estão inseridas.O serviço social da ABLUDEF está vinculado ao projeto financiado pelo Fundo Municipal de Assistência Social intitulado: “Apoio à habilitação, reabilitação e inclusão social das PDF’S e suas famílias”. Esse projeto é norteado pela lei Federal 7.853 de 24 de outubro de 1989 e pelo decreto Federal 3.298/99, bem como pela Lei Orgânica de Assistência Social, e aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social. O mesmo tem como objetivo prestar serviços e desenvolver ações que promovam a autonomia pessoal, econômica e social das PDF’s e suas famílias. O público alvo são as PDF’s e suas famílias em situação de vulnerabilidade e exclusão social. As ações previstas pela lei são:

a) reabilitação física, psicológica e social;

b) inserção dos associados no mercado de trabalho formal;

c) promoção da integração dos associados e suas famílias;

d) Inserção das PDF’s nas políticas sociais publicas;

e) combate à discriminação e preconceito social;

f) estimulo ao convívio e participação social;

g) Luta pela melhoria de condições de acessibilidade nas vias e espaços de uso público.

Diante de tal colocação as normas e procedimentos utilizados na instituição pelo Serviço Social são norteadas pelas leis da Política de Assistência Social Municipal, LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social), Lei : 8.742/93 de 07/12/1993 com o Decreto Lei Federal – 3.298/99 regulamenta a Lei nº7.853/89 de 24/10/89, a Constituição Federal de 1988, Nº 8.069/90, a Lei Federal nº 8.842/94 e também utiliza outras leis como: Lei nº 7.405/85; lei: 8.662/93 ;Nº 8.069/90 ; lei nº 10.741/03– Lei nº 0.394/96. Todas essas leis dão o suporte legal para o trabalho do serviço social desenvolvido na ABLUDEF. A demanda técnica dos assistentes sociais não consiste unicamente em viabilizar necessidade imediata dos usuários da instituição. O principal objetivo do profissional de Serviço Social é garantir os direitos sociais previstos por lei ou por via de serem conquistados, objetivando a inclusão de todos os usuários na política institucional e políticas sociais, visando à inclusão social. O serviço social na ABLUDEF atende a todas as PDF’s que são cadastradas na Instituição. A atuação do serviço social junto aos usuários se dá através do: 

* Atendimento individual,

* Visita domiciliar e

* Ações coletivas (grupos).

A visita domiciliar é um instrumento importante para o serviço social, na ABLUDEF; pois possibilita o acesso dos usuários “altamente dependentes”, sendo estes as PDF’s que residem em locais de difícil acesso ou encontram-se acamadas e que não podem usufruir dos serviços prestados pela Instituição e inclusão nas políticas públicas. Ressalta-se que o profissional de serviço social faz a articulação entre o Estado e sociedade civil através da participação desta como representante da ABLUDEF nas reuniões da CODEPA, onde já houveram várias conquistas dos quais destaco:

* As lutas para a instalação de linhas e adaptações nos ônibus para PDF’s e passagem isenta de tarifa;

* A garantia de exploração comercial dos quiosques nos terminais de ônibus de Blumenau, garantindo uma fonte de renda própria para a manutenção dos projetos desenvolvidos para os usuários da instituição e sua manutenção.

E muitas outras conquistas como:

* A Garantia de representatividade junto aos conselhos municipais, de Saúde e de Assistência Social.

O assistente social estimula a participação dos usuários nas conferencias e fóruns, pois são eles que lutam diretamente, para conquistas do segmento social. A atuação conjunta dos profissionais e usuários resulta na soma de esforços para ampliar às políticas de atendimento as PDF’s.Um dos segmentos populacionais existente dentro da instituição ABLUDEF são as PDF’s idosas que representam 15% dos associados. A realidade das PDF’s da ABLUDEF foi inicialmente diagnosticada em pesquisa realizada no ano de 2000, pelos estagiários de psicologia da FURB, que constataram que 32,5% não participam nas atividades da entidade por dificuldade de locomoção; 15% dos usuários residem a mais de 500m distante do ponto de ônibus; 6,25% são transportados pela ABLUDEF, 8,75% dependem de carona e 3,75% utilizam ambulância; e 18,50% possuem dificuldades de acesso à sua residência; porém poucos têm condições de utilizar os ônibus da linha cidadão.E ainda, dando complementaridade a estes dados foi realizada nova pesquisa, pela estagiaria do Serviço Social da FURB no ano de 2003, onde se constatou que existem cerca de 235 PDF’s idosas cadastradas na ABLUDEF, dos quais são, 97 PDF’s idosas ativas (41,28%), 46 idosos masculinos (47,42%) e 51 femininos (52,58%), apenas 20 PDF’s idosas estão inseridos no grupo da Melhor Idade (20,61). Destaca-se também que, 50% das PDF’s idosas moram em morro, dificultando o acesso dos mesmos, na participação das atividades na comunidade.Também se evidencia constantemente a existência de programas e projetos sociais que buscam alternativas para auxiliar as PDF’s. A maior parte dessas ações estão relacionadas à busca pela qualidade de vida para crianças, jovens, adolescentes e adultos PDF’s, no entanto, não há um estudo aprofundado que possa identificar reais necessidades das PDF’s idosas, que consigam levantar os fatores limitadores da realização de atividades produtivas ou de lazer, que idosos sem deficiência física tem acesso. Esse estudo reflete também a importância de oferecer subsídios para conhecer as dificuldades e facilidades de acesso ao lazer das PDF’s idosas da ABLUDEF. Relata concomitantemente, as dificuldades que os mesmos,encontram no que concerne a opção de lazer, por pertencerem a um grupo diferenciado, pois além de idosas são PDF’s necessitando de atenção especial.A maior conquista do século XXI para a terceira idade, foi á regularização das Leis de proteção, resultando no Estatuto do Idoso, promulgado pelo atual Presidente da República , Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 27 de outubro de 2003. Quanto as PDF’s idosas existem algumas limitações às quais necessita de maior atenção. Os idosos com mais de 60 anos, no Brasil estão amparados pelos 118 artigos do Estatuto do Idoso. O Estatuto do Idoso (substitutivo ao PL n° 3.561/97 - ago./2001) foi aprovado na Câmara dos Deputados em Brasília, em 21 de agosto de 2004 e enviado ao Senado para sua aprovação final. Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a legislação defendida por mais de 15 anos pelo senador gaúcho Paulo Paim (PT), a sociedade tem o desafio de se adaptar a ela e transformá-la em amparo, proteção e qualidade de vida para 8,6% da população que já atingiu a terceira idade. (BRASIL, 2003). O Estatuto dos Idosos entrou em funcionamento no dia 01 de janeiro de 2004, e prevê, entre outros itens, estabelecer a defesa da dignidade do idoso como um compromisso a ser cumprido por toda a sociedade. O Brasil que até a pouco tempo era considerado um país caracteristicamente jovem, vem registrando, nas últimas décadas um envelhecimento acelerado da população e está se tornando um país com uma população cada vez mais idosa e feminina No Brasil em 2000, a terceira idade tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050 esse contingente poderá ser de 13,7 milhões. Em 1970 a população brasileira era composta basicamente de população jovem com menos de 15 anos. A partir dessa data, houve um aumento significativo da faixa de adultos e de pessoas com mais de 60 anos. Em Santa Catarina, segundo o Censo Demográfico de 2002, 430.433 da população estadual se encontra na faixa de 60 anos ou mais. (IBGE, 2002). Segundo dados dessa mesma fonte, em Blumenau no ano de 2000 havia 19.355 habitantes na faixa de 60 anos ou mais, assim distribuída, de 60 a 64 anos , 6.311 idosos (32,60%); de 65 a 69 anos , 4.663 idosos (24,09%); de 70 a 74 anos 3.836 idosos (19,81); de 75 a 79 anos 2.272 idosos, (11,73%); e de 80 anos a mais, um total de 2.272 idosos (11,73%). Estes dados causam perplexidade a todos os segmentos populacionais. O poder público, as entidades não governamentais e conseqüentemente as próprias famílias já estão procurando alternativas para oferecer mais qualidade de vida e condições sociais para esses novos protagonistas deste recém criado retrato brasileiro. Apesar desta discussão estar tendo maior ênfase nesses últimos anos, a temática já foi evidenciada na segunda metade do século XIX, quando iniciou o surgimento de diversas instituições que tinham o objetivo de servir à população idosa, que já estava em efetivo crescimento já naquele período. De 2000 até 2004, segundo projeção do IBGE (2004), o país teve um aumento de mais de 10 milhões de habitantes, chegando, nos dias atuais ao total de 181,6 milhões de pessoas, sendo a 5ª maior população do mundo, quase o dobro dos 93 milhões de 1970. A maioria (50,8%) é de mulheres (hoje, 3 milhões mais que os homens), a população do Brasil praticamente duplicou em 34 anos. Atualmente no município de Blumenau existe uma ONG específica na luta pelos direitos das NE. A CODEPA é uma entidade civil de fins filantrópicos, fundada em 01 de outubro de 1999 para prestar assistência e apoio as associações e entidades a ela filiada e tendo como principal objetivo a defesa e à luta conjunta pela garantia e ampliação dos direitos de cidadania deste segmento populacional. São 11 entidades ao todo: ABADA, ABAPA, ABLUDEF, ACEVALI , ACO, ADERETRANS , ADVALI, APAE, APAPLLPVI, CERENE e GRUPA(SC). Outro fator importante que dificulta as PDF’s, de participar do cotidiano de sua comunidade são as barreiras arquitetônicas, devido ao mau planejamento de cidades. O mais surpreendente é que nosso país dispõe de norma expressa no texto constitucional determinando que os logradouros e edifícios públicos devem propiciar o acesso adequado as PD’s. Prevê, inclusive, a adaptação daqueles já existentes à época da promulgação da carta nos artigos 227, § 2º, e 244 da Constituição Brasileira de 1988. As barreiras arquitetônicas, sem dúvida, representam a grande dificuldade de acesso da PD a todos os locais procurados no cotidiano. Atualmente Blumenau, segundo dados do IBGE (2000), possui 261.868 habitantes, sendo 133.527 habitantes do sexo feminino (51%) e 128.341 habitantes do sexo masculino (49%).

O LAZER DAS PDF’s IDOSAS

Constatou-se que o acesso ao lazer depende de diversos fatores, principalmente do econômico. O lazer segundo Camargo (1992) tem o principio da busca do prazer. É sempre liberatório de obrigações, busca compensar ou substituir algum esforço que a vida social impõe: a quebra da rotina sedentária, a descarrega de tensões e etc. O lazer tem um papel social, possibilitando ao indivíduo usufruir de atividades prazerosas. Quando indagadas sobre o significado do lazer as maiorias das PDF’s idosas relacionaram o lazer com atividades que gostam de realizar; como comprovam os depoimentos abaixo: “ Para mim é fazer alguma coisa que se gosta,como quando a gente sai para ir ao grupo de idosos e a gente conversa com amigos e se sente bem.”. (ABLUDEF, 61 anos). “ O lazer para mim é uma terapia, é fazer coisas que gostamos como cuidar do jardim. Gosto de conversar com as minhas flores“. (ABLUDEF, 63 anos). Com relação aos fatores que levam os idosos a procurar atividades de lazer observa se que um grande número de PDF’s idosas acessam o lazer como forma de afastar os problemas do cotidiano , evitar a solidão, a depressão, pois através das atividades fazem com que sua saúde e sua auto-estima se elevem tornando-os mais resistente aos problemas enfrentados pela sua condição física. “ É bom para afastar os problemas do dia a dia, assim a gente dá uma pausa e quando volta para casa, muitas vezes encontramos a solução para os problemas.” (ABLUDEF, 63 anos) . A maioria das PDF’s idosas entrevistadas prefere ter seu lazer em sua casa ou mediações devido ao difícil acesso de locomoção dos mesmos; preferindo ficar com a família, assistindo TV ou escutando rádio. Como atividade de lazer cuidam do jardim, conversam com amigos e familiares. Como depoimentos de algumas PDF’s idosas pesquisadas :“Participo somente na ABLUDEF. As ruas da cidade não são muito adequada para nós deficientes, a minha bengala tranca nas calçadas, elas são muito ruins”. (ABLUDEF, 61 anos).“somente dentro de casa, eu não posso mais sair de dentro de casa sozinha, só quando a ABLUDEF manda o motorista me buscar”. (ABLUDEF, 61 anos ).Outro destaque da pesquisa é quanto a locomoção e as barreiras arquitetônicas que as PDF’s idosas encontram, para acessar o lazer. Com relação ao meio de transporte para locomoverem-se, constata-se que as PDF’s idosas necessitam utilizar os veículos da ABLUDEF. A instituição tem apenas 3 (três) carros para poder atendê-los, e é necessário um agendamento durante o mês que antecede as atividades da instituição para poder contemplar um maior número de associados. Das 20 PDF’s idosas pesquisadas 13 PDF’s idosas precisam da instituição, para poder acessar o seu direito ao lazer e de locomoção para outras atividades.“Quando vou ao grupo da Melhor Idade da ABLUDEF, eu vou com o carro da instituição, se não, não posso sair de casa. “ (ABLUDEF, 64 anos) Quanto as dificuldades de locomoção e transporte das PDF’s idosas, relatam que quanto ao transporte o motivo é que o coletivo adaptado para as PDF’s não abrange todo o município. Atualmente há três linhas que os atendem: não contemplam a locomoção de todos as PDF`s que necessitam de transporte coletivo adaptado e ainda funcionam de 3 em 3 horas.Em Blumenau ainda existem muitas barreiras arquitetônicas; somente na área central do município, possuem as adequações necessárias. Houve a reurbanização das 2 (duas) ruas principais, adaptando-as com calçadas rebaixadas e em alguns estabelecimentos a instalação de banheiros específicos. A falta de conscientização dos profissionais de engenharia arquitetônica, a falta de interesse por parte do poder público e privado, a falta de sensibilização e conscientização da sociedade e a existência de barreiras arquitetônicas principalmente nos bairros, dificulta o ir e vir; direito primordial conquistado e firmado na lei magna do país, a constituição de 1988, conhecida como a “constituição cidadã’, pois é aquela que consta mais direitos conquistados pelo cidadão. As PDF’s, têm como dificuldade o acesso ao transporte adaptado, ou seja, a linha Cidadão, porquê a existência de ônibus adaptados é insuficiente. Possui roteiros longos e limitados aos bairros , com poucos horários. Tendo como conseqüências a existência de dificuldades ao acesso desse segmento aos horários de atendimentos na ABLUDEF e compromete a rotina da vida cotidiana; limitando-os ao direito de ir e vir. Observa-se que os mesmos, que tem acesso a estas linhas não possuem condições de locomoção em tempo integral.Com relação às opções de lazer, não só as PDF’s idosas da ABLUDEF sentem a dificuldade; também os idosos não portadores de deficiências, eles são unânimes em afirmar que apesar de haver muitas áreas de lazer para o idoso em Blumenau, como exemplo as exposições, excursões, esportes para a terceira idade, o acesso a eles ainda se restringe àqueles que tem condições de irem por conta própria. Ou seja, apesar destes espaços serem para todos os idosos, precisam ter condições econômicas para poder pagar as despesas de locomoção como táxi, carro particular (combustível), ou quando viajam, necessitam de dinheiro para suas despesas pessoais.Assim sendo as PDF’s idosas em sua maioria preferem ter seu lazer em sua própria residência ou mediações devido às dificuldades de acesso de locomoção e também financeiras, ficando em casa assistindo TV com os familiares ou escutando rádio. Outras dificuldades são as palestras e atividades realizadas para os idosos em lugares onde existem escadas, ou portas estreitas limitando o acesso das PDF’s idosas.“Nos locais que eu freqüento tem rampa. Como exemplo, na frente da igreja , também no Centro de Convivência para a Terceira Idade. O mais difícil para alguns idosos da ABLUDEF são os ônibus especiais da linha cidadão que não vão até o Centro de Convivência". (ABLUDEF, 63 anos).Quando perguntados sobre ser papel do governo Federal, Estadual e Municipal investirem na área de lazer para a 3ª idade, os idosos consideram que já fizeram muito pelo acúmulo de riqueza do país; e que agora que são consideradas pessoas “improdutivas” merecem mais atenção em todas as 3 (três) esferas do governo, sem deixar de incluir a própria família nesta responsabilidade. É um fato que para os idosos não se sentirem isolados é primordial a autonomia deste idoso em relação à família. Algumas razões levam o idoso a participar do Grupo de Idosos , entre elas, ressalta-se a socialização, a oportunidade de conviver com pessoas da mesma faixa etária, a realização de amizades, a busca do prazer e de alegria, a possibilidade de esquecer problemas, a ocupação do tempo livre, a aprendizagem no convívio com os outros e acesso à orientações e informações socializados pelos profissionais do serviço social que coordenam os grupos da terceira idade. Essas PDF’s idosas são cidadãos que tiveram uma trajetória de vida muito difícil, voltada para o trabalho, sem condições de pensar em si, fechados nas suas preocupações como , nos problemas diários, na manutenção da família, na luta pela sobrevivência. Hoje deveriam ter oportunidade de usufruir a vida com otimismo, prazer, diversão e ter perspectivas. Mas por outro lado, reconhecem que essa realidade em apreço têm limitações, como: espaço físico restrito, recursos financeiros e humanos limitados e também por serem PDF’s, muitas vezes limitando-os as áreas de lazer, dentro de seus lares. Existe uma grande falta de acesso às atividades sociais, poucos lugares possibilitam as PDF’s a freqüentar as áreas de lazer. Nem todos os lugares possuem rampas de acesso e banheiros adequados para cadeirante. Impedindo a autonomia dos PDF’s de ir e vir. Nós deparamos geralmente com barreiras arquitetônicas que impedem a acessibilidade destas pessoas em ambientes de lazer. O impedimento da locomoção pelas inadequações arquitetônicas e falta de transporte adaptado fazem das PDF’s “presos domiciliares”; e se a sociedade em geral não ampliar o olhar para a sua plena integração social, garantindo o direito das “PDF’s” de ir e vir, da forma mais independente possível, estaremos condenando-os à “prisão domiciliar perpétua”. De acordo com os relatos feitos pelas PDF’s idosas(os) pesquisadas(os) fica comprovado a dificuldade de se locomover dentro da cidade no seu dia-a-dia, muitas vezes condenando-os a ser eternamente dependentes de seus filhos, netos e outros parentes ou do serviço de transporte prestado pela instituição ABLUDEF. Analisando a forma como a sociedade está atualmente organizada, principalmente os diferentes níveis de exclusão social, reafirmamos a importância da intervenção do Serviço Social junto as PDF’s idosas. O sentido da divulgação desta pesquisa, é tornar de conhecimento público, o conteúdo para ser socializado, pois é desta forma que esse processo conhecido como “conhecimento”, vai se construindo. O interesse pelo tema “O direito do idoso ao lazer: um estudo comparativo entre as PDF’s idosas da ABLUDEF e do Programa Movimento é Vida do município no Centro de Convivência para a Terceira Idade do município de Blumenau" teve como objetivo principal “Conhecer as dificuldades e facilidades de acesso ao lazer das PDF’s idosas da ABLUDEF”, como propulsor para a pesquisa, surgiu no sentido de reflexão, e a preocupação em conhecer a realidade das PDF’s idosas associados a ABLUDEF, bem como contribuir com propostas de trabalho que proporcionem a inclusão social dos mesmos. A ABLUDEF, tem uma programação direcionada as PDF’s idosas mensalmente, e é muito importante para eles, é tanto que, esse segmento populacional desafia muitas dificuldades a fim de se fazerem presentes nos dias de encontros do grupo da Melhor Idade. Superam suas limitações físicas e econômicas a fim de estarem presentes neste dia.O aumento da população idosa no país traz consigo uma série de complicações que conduzem a uma reavaliação das estratégias de planejamento em todos os âmbitos da sociedade. São necessárias políticas públicas efetivas para este segmento populacional, tendo em vista que a cidadania deve se fazer presente durante toda a vida do ser humano e não só na velhice. Entre as diversas reflexões/indagações, entende-se que a questão social do idoso, é produto de uma sociedade capitalista que se fundamenta na diferenciação de classes e na crescente exclusão e marginalização de diversos segmentos sociais. Essa pesquisa proporcionou respostas acerca das indagações enunciadas ao longo do mesmo, que conduziram o estudo em torno da terceira idade e da organização do cotidiano destes, até mesmo em relação à própria entidade, que muitas vezes é confundida como apenas “assistencialista”. Principalmente após a década de 70 quando o serviço social deixa de ser assistencial, e começa a difundir o pensamento que o cidadão necessita de um “anzol” e não do “peixe”, que ao dar pronto estamos induzindo uma dependência e uma baixa estima deste fazendo com que não lute por seus direitos. As ONG’s além de programas sócio educativos “ensinando a pescar”, também oferecem atenção para esses cidadãos, na concepção de auxílios fundamentais para a reabilitação e possibilidade de convívio social, disponibilizando boa parte de seus recursos na compra de cadeira de rodas, fraldas, óculos, remédios e alimentos especiais, para repassar a esse contingente da população que está à margem da sociedade tratando-se aqui da instituição ABLUDEF. Vários segmentos sociais lutam por seus direitos de inclusão na sociedade. As PDF’s, idosas que não tinham acesso a eles , tiveram um grande aliado que é o Estatuto do Idoso que coloca como; educação, saúde, trabalho, locomoção, transporte, esporte, cultura e lazer, um reforço para sua proteção. A limitação do cidadão não diminui seus direitos, são cidadãos e fazem parte da sociedade como qualquer outra. Todos os cidadãos devem ser respeitados, não importa a idade, a opção sexual ou as deficiências. A pesquisa apresenta uma retomada histórica de vários aspectos, como é identificado o lazer para esse segmento populacional, além das dificuldades e facilidades de acesso ao lazer, as barreiras arquitetônicas, a existência da carência econômica que dificulta os mesmos de ter acesso ao lazer. Texto resumo extraído do TCC da Acadêmica do Serviço Social Dalva Day, apresentado e aprovado pela banca da FURB no dia 15/12/2994. Nota: 9,0

TEMA: “O direito do idoso ao lazer: um estudo comparativo entre as PPDF’s idosas da ABLUDEF e do Programa Movimento é Vida do município no Centro de Convivência para a Terceira Idade do município de Blumenau" . Atualmente coordeno o GRUPO DA MELHOR IDADE da ABLUDEF e após esse estudo que deu a base para o meu TCC, reporto ao antes e o depois deste e noto que houve muitas mudanças para os idosos do município de Blumenau. Blumenau hoje é considerado cidade modelo na questão de atendimento ao idoso, mas vale uma constatação que os idosos dependentes continuam na mesma situação ou mais agravante. Temos muitas casas asilares ou ILP`s que deveriam rever a situação do lazer, do trabalho para o idoso. Muitos estão inertes, sem fazerem algum trabalho manual, pois como dizem “cabeça ociosa e entrada para doenças, desânimos" .

ABLUDEF - Associação Blumenauense de Deficientes Físicos, no Bairro Garcia – Blumenau /SC. Fundada no dia 28/05/1988 com o objetivo de apoiar as PDF’s na reabilitação e promover a inclusão social deste segmento . Neste texto o uso da sigla PDF’s (Pessoa com e Deficiências Físicas), e não o de NE (Necessidades Especiais), como atualmente este segmento vem sendo chamado, pois é assim que ele consta na legislação atualmente utilizada na instituição ABLUDEF, por ser uma entidade especifica para a deficiência física.É uma organização não governamental que conquistou o reconhecimento social e legal enquanto entidade de assistência social habilitada para acessar recursos públicos. Foi reconhecida como lei de utilidade pública municipal nº 4.072/92 e pela lei estadual nº 7.974/93. Em 1998 recebeu sua inscrição no Conselho Nacional de Assistência Social e o certificado de Filantropia no mesmo ano. Em 1999 teve sua inscrição no Conselho Municipal de Assistência Social e também como seu funcionamento enquanto entidade de Assistência Social. No dia 04/02 do ano de 2000 teve adequação do Estatuto da Instituição, por orientação do Conselho Municipal de Assistência Social e em 10/02 do ano de 2003 foi reconhecida como entidade de utilidade pública Federal . Destaca-se que o público alvo da instituição são PDF`s, (Pessoas com Deficiências Físicas), residentes no município de Blumenau e região. A ABLUDEF possui política de atendimento especializado para este segmento populacional, disponibilizando vários trabalhos. Os serviços prestados visam habilitar e reabilitar no âmbito pessoal e social as PDF’s e prestar apoio às suas famílias. Atualmente a instituição possui cadastradas 1.500 PDF’s  sendo: