11/03/2016

* 2016 - Transtorno de Pânico

Dra. Juliana Perizzolo
Médica psiquiatra e cooperada da Unimed Chapecó
O transtorno do pânico é um transtorno de ansiedade e estes incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e distúrbios comportamentais relacionados.
Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura.
Os ataques de pânico se destacam dentro dos transtornos de ansiedade como um tipo particular de resposta ao medo.
Não estão limitados aos transtornos de ansiedade e também podem ser vistos em outros transtornos mentais.
Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo e da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados ao nível do desenvolvimento. No transtorno de pânico, o indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico.
Os ataques de pânico são ataques de medo intenso ou desconforto intenso que atingem um pico em poucos minutos, acompanhados de sintomas físicos e/ou cognitivos. Os ataques podem ser esperados, como em resposta a um objeto ou situação normalmente temidos, ou inesperados, significando que o ataque não ocorre por uma razão aparente.
Podem ocorrer nos ataques de pânico: palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar ou sufocamento, dor ou desconforto torácico, náusea, sensação de tontura ou desmaio, calafrios ou ondas de calor, anestesia ou sensação de formigamento, medo de perder o controle ou enlouquecer e medo de morrer.

Na população em geral, a estimativa de prevalência de 12 meses para o transtorno de pânico é de 2 a 3% em adultos e adolescentes. As mulheres são mais afetadas do que os homens, em uma razão 2:1. A idade médica de início do transtorno de pânico é de 20 a 24 anos. Embora o transtorno de pânico seja muito raro na infância, a primeira ocorrência de "períodos de medo" com frequência remonta a esse período de desenvolvimento.  Relatos de experiências infantis de abuso sexual e físico são mais comuns no transtorno de pânico do que em alguns outros transtornos de ansiedade.

Acredita-se que múltiplos genes confiram vulnerabilidade ao transtorno de pânico. No entanto, os genes exatos, produtos de genes ou funções relacionadas às regiões genéticas implicadas permanecem desconhecidos. Existe risco aumentado para transtornos de pânico entre filhos de pais com transtornos de ansiedade, depressivo e bipolar. Os latino-americanos podem chamar os ataques de pânico de "ataque de nervos", podendo apresentar uma variante de sintomas como tremor, gritos ou choro descontrolado, comportamento agressivo ou suicida e despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo) ou desrealização (sensação de irrealidade), que podem ser experimentados por mais tempo do que os poucos minutos típicos dos ataques de pânico.
Ataques de pânico e diagnóstico de transtorno de pânico nos últimos 12 meses estão relacionados a uma taxa mais elevada de tentativas de suicídio e ideação suicida, mesmo quando as comorbidades (transtornos ou doenças que ocorrem simultaneamente ao transtorno de pânico) e uma história de abuso infantil e outros fatores de risco de suicídio são levados em conta.
Fonte do texto:
Blog Comportamento Saudável 
http://comportamentosaudavel.blogspot.com.br/

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