26/05/2016

* 2016 - Médico esclarece dúvidas relacionadas aos tratamentos de infertilidade e o zika vírus

A epidemia do zika vírus que surgiu no Brasil no ano passado tem sido uma das preocupações dos casais que desejam engravidar. Há muitas dúvidas em torno da questão e poucas respostas. Uma delas é se a transmissão do vírus pode ocorrer pela relação sexual. "Não existe confirmação de que o zika pode ser transmitido pelo sexo", esclarece omédico ginecologista da clínica Fecondare, especializada em reprodução humana assistida, Dr. Jean Louis Maillard (CRM-SC 9987, CRM-RS 13107 e RQE 5605). "O que se tem é uma suspeita, não comprovada, de que o coito pode ser uma forma de propagação da doença".
Mediante as incertezas, homens e mulheres questionam qual é o melhor momento para gerar um filho, já que existe o risco de a mulher grávida ser infectada e o vírus comprometer o desenvolvimento cerebral do bebê devido à microcefalia. Até janeiro deste ano, 3.893 casos suspeitos de microcefalia haviam sido registrados no país, mas nenhum em Santa Catarina.

Ainda assim, o Dr. Jean Louis Maillard diz que o melhor é os casais aguardarem uns meses para avaliar a evolução da incidência da doença. "Principalmente as mulheres com menos de 35 anos que estão usando contracepção e pensam em gestar neste momento devem aguardar mais um tempo para conceber", reforça.
O que fazer em relação aos tratamentos para engravidar . Já para os casais inférteis, que buscam os recursos da reprodução humana assistida para formar uma família, a orientação do médico é dar continuidade ao processo. Para estes, há a possibilidade de gerar os embriões pela Fertilização In Vitro (FIV) e deixá-los congelados até que a situação esteja realmente definida. Outra  alternativa é realizar o congelamento do sêmen e dos óvulos para posterior fertilização. "Nos casos de infertilidade, a mulher que optar por aguardar o desfecho dessa epidemia pode, considerando os fatores biológicos, perder um tempo precioso porque o ovário envelhece", enfatiza o médico ginecologista. De acordo com ele, o melhor é elas submeterem-se ao tratamento para gerar o embrião e mantê-lo criopreservado, ainda mais as que estão acima dos 35 anos.
Ele lembra que na década de 80, quando surgiu a Aids, não havia nenhuma informação sobre o vírus HIV. Somente quatro ou cinco anos depois foi-se entender as formas de transmissão da doença e os efeitos dela no organismo. "Muitos casais, primordialmente mulheres, não têm tanto tempo assim para esperar para realizar a concepção", frisa.
Algumas perguntas ainda estão sem respostas : Hoje se sabe que a Aids, por exemplo, é transmitida pela relação sexual, transfusão de sangue, materiais perfurocortantes, gravidez e amamentação. Contudo, nada há nesse sentido em relação ao zika vírus, a não ser a certeza de que o vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Fora isso, existem somente suspeitas. Entre elas, a de que o vírus pode ser transmitido pelo sêmen. No entanto, não há testes específicos que comprovem a existência do vírus no líquido, assim como não há formas de comprovar a presença do zika no líquido folicular, na mulher, e nem se ela tem o vírus incubado, ou seja, é portadora do vírus, mas não apresenta sintomas da doença.
É seguro engravidar após ter zika: A única coisa à qual os casais podem se submeter para saber se um deles teve contato com o vírus zika e à realização de um exame de sangue. O médico ginecologista da Fecondare, Dr. Jean Louis Maillard, sugere que esse cuidado seja adotado mais por aqueles que estiveram recentemente na região nordeste do país, onde há mais casos da doença, e residem em áreas endêmicas. Uma vez constatada a presença do vírus, o ideal é que o casal adie o plano de engravidar, por um período curto. A pessoa infectada fica pouco tempo com o vírus circulando na corrente sanguínea e, simultaneamente, desenvolve anticorpos contra o agressor. "Por isso não tem problema engravidar depois, é o que se pensa", diz.
Zika,microcefalia e diagnóstico:  Os tratamentos de fertilidade permitem àqueles que querem se tornar pais planejarem a gravidez. Porém, a análise dos embriões antes de serem implantados no útero, feita pelo Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD), identifica apenas doenças genéticas e cromossômicas. Ou seja, a microcefalia só é diagnosticada pelas ultrassonografias realizadas para acompanhar o desenvolvimento do bebê durante a gestação. Nelas, o obstetra mede a cabeça (perímetro cefálico) do feto, e compara com outras medidas e com a idade gestacional da mãe. Com base nestas informações, determina se o bebê está se desenvolvendo de acordo com o esperado ou não. Mesmo com poucas informações sobre a causa e o efeito do zika vírus no organismo humano, o Dr. Jean Louis Maillard salienta que as pessoas não podem se apavorar antes de a situação estar bem esclarecida.
Sobre a Clínica Fecondare: A clínica Fecondare é especializada em medicina reprodutiva. Multidisciplinar, a equipe é constituída por profissionais da área da ginecologia, psicologia e embiologia.
Responsável técnico: Ricardo Nascimento - CRM 3198 - RQE 2109
Fonte: Blog Comportamento Saudável
Acesse: http://comportamentosaudavel.blogspot.com.br/

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