O Center for Marine
Conservation (CMC) é uma ONG Americana criada em 1972 e realizou seu primeiro
dia de limpeza de praias em 1986. Na ocasião 2.800 voluntários participaram da
coleta de 124 toneladas de entulho do litoral do Texas, USA. Em 1988 o evento
se tornou nacional, com a participação de 47.500 voluntários, e já no ano
seguinte se tornava internacional com a participação de voluntários do Canadá e
do México.
Em 1998 o evento teve a participação de mais de 340.000 voluntários
em mais de 75 países, sendo que no Brasil 1.446 pessoas participaram recolhendo
8.169 quilos de lixo em 94,6Km de praias. Durante este evento, que sempre ocorre
no terceiro sábado de setembro, os voluntários vão às praias coletar o lixo lá
depositado diretamente pelos usuários locais ou por descargas no mar por navios
ou por rios.
Cada voluntário além de coletar o lixo anota em um formulário
padrão as quantidades recolhidas de cada ítem que compõem o lixo sólido. Estes
dados são utilizados pela CMC para fazer estatísticas que retratem o estado de
poluição dos oceanos de nosso planeta. Isto é necessário para que se possa
fiscalizar se as nações signatárias da Convenção Internacional de Prevenção de
Poluição advinda de Navios (International Convention for the Prevention of
Pollution from Ships), mais conhecida como MARPOL, estão cumprindo este
tratado, principalmente o Anexo V, que trata do lixo sólido.
A Organização das
Nações Unidas (ONU) apóia este evento, como instrumento de fiscalização. Preserve
os oceanos Quando o Dia Mundial de Limpeza de Praias se iniciou o primeiro
objetivo era constatar a existência do problema gerado pelo lixo nos oceanos. O
segundo passo foi analisar as extensões desse problema, coletando informações
sobre o tipo e quantidade de lixo, e a sua distribuição nos locais pesquisados.
Com estas informações pode-se então verificar os riscos que esses poluentes
podem trazer para a vida marinha e encontrar as soluções possíveis como,
reciclagem, redução da sucata, educação da população e cobrança das autoridades
competentes para que criem uma legislação específica para o problema. Os
oceanos têm sido o depósito final dos dejetos humanos.
Com o advento da
produção de plásticos, isopores e espumas este problema vem se agravando
dia-a-dia. Em 1998, o lixo recolhido aqui no Brasil teve a seguinte composição:
66,9% de plásticos, 11,45% de metais, 5,4% de vidros, 7,14% de papéis, 5,84% de
madeiras, 2,42% de borrachas e 0,82% de tecidos. Estes dados são alarmantes uma
vez que os plásticos representam mais de 60% do nosso lixo, e não são
degradáveis a curto prazo. A longa vida útil deste materiais devido a baixa
taxa de biodegradação tem acumulado montanhas de resíduos sólidos nos oceanos.
Proteja o meio ambiente
Além dos impactos negativos econômicos e estéticos, estes
materiais são responsáveis pela morte de inúmeros organismos marinhos, e estas
mortes estão se intensificando cada vez mais. Pedaços de isopor, espumas e
filtros de cigarros são vistos por aves marinhas, peixes e tartarugas marinhas
como se fossem ovas de peixes e são engolidos. Tais materiais não conseguem
passar pelo duodeno e ficam aprisionados no estômago de suas vítimas. Ista faz
com que o animal se sinta saciado, pois vai cada vez mais ficando com o
estômago cheio, passando então a não mais se alimentar. O resultado é a morte
por inanição. O mesmo ocorre no caso de sacos plásticos onde algumas espécies
de tartarugas marinhas que têm nas águas-vivas o principal componente de sua
dieta alimentar. Os sacos plásticos que ficam flutuando na água são interpretados
pelas tartarugas como águas-vivas e são engolidos.
Diversos recipientes, como
copos, garrafas e potes funcionam como esconderijos para caramujos predadores
de ovos de peixes. Dentro deles os caramujos ficam protejidos de seus
predadores, podendo predar intensamente os ovos. Com isto há um desiquilibrio
entre as populações de seres marinhos. Restos de redes e linhas de pesca
abandonados no mar permanecem no ambiente matando indiscriminadamente e
desnecessariamente peixes, aves e mamíferos marinhos. Com uma das pontas presas
em pedras ou na vegetação submersa, estes artefatos de pesca são armadilhas
mortais. Os animais se enroscam e morrem enforcados, por asfixia ou por
inanição. Focas, leões marinhos, golfinhos, peixes-boi, aves marinhas e peixes são
algumas das inúmeras vítimas.
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