Dia 5 de outubro,
comemora-se o Dia Mundial da Arquitetura. A União Internacional dos Arquitetos
(UIA), que representa mais de 1.3 milhão de arquitetos e urbanistas de todo o
mundo, convida os profissionais a promover ações que apliquem o conhecimento e
o poder da arquitetura e do planejamento urbano no esforço mundial contra as
mudanças climáticas – um dos maiores desafios de nosso tempo. Esforço que
envolve desde a escolha dos materiais mais adequados até a definição dos usos
dos edifícios e dos espaços urbanos. Trata-se de uma mudança que vai além da
tecnologia.
Niemeyer continuou trabalhando até dias antes de sua morte, em 5 de dezembro de 2012, aos 104 anos. |
É uma transformação cultural, que tem nos arquitetos e urbanistas
seus principais protagonistas. Também nesse mês, as Nações Unidas também
comemoraram o “Outubro Urbano”, com uma série de atividades e eventos para
discutir desafios e soluções para o urbanismo em todo o mundo. Hoje, as áreas
urbanas do mundo são responsáveis por mais de 70% do consumo global de energia
e de emissões de CO2, maioritariamente provenientes de edifícios. Durante as
próximas duas décadas, estima-se que uma área aproximadamente igual a 60% da
totalidade do parque edificado mundial será construída e reconstruída em áreas
urbanas de todo o mundo. Isto proporciona uma inédita oportunidade para reduzir
as emissões de CO2 de combustíveis fósseis, através do reajustamento do sector
mundial da construção a uma trajetória de eliminação gradual das emissões de
CO2 até 2050. Com o tema “Arquitetura, Edificações, Clima”, a UIA quer usar a
data em 2015 para despertar a consciência dos líderes mundiais que participarão
em dezembro da COP 21 em Paris – convenção dos 196 países-membros das Nações
Unidas que vai produzir um novo acordo para diminuir a emissão de gases de
efeito estufa e combater o aquecimento global.
A partir das ações
desenvolvidas, a UIA vai destacar o papel essencial da Arquitetura e do
Urbanismo na redução dos gases associados ao efeito estufa. O Brasil é
representado na UIA pelo ouvidor do CAU/br, conselheiro Roberto Simon, indicado
pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil. “Em um mundo que precisa de inovação e
criatividade na busca por soluções mais sustentáveis e que respeitem o meio
ambiente, a função do arquiteto e urbanista na sociedade deve ser promovida,
valorizada e também celebrada. Mais do que nunca, a sociedade precisa desses
profissionais para encontrar novas maneiras de viver e de se relacionar com o
mundo à sua volta”, afirma o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro. Hoje o
Brasil possui 131 mil arquitetos e urbanistas ativos e 16.800 empresas de
Arquitetura e Urbanismo registradas. No ano passado, durante o Congresso
Mundial de Arquitetura realizado em Durban (África do Sul), os conselheiros da
UIA redigiram e aprovaram o documento “Imperativos para 2050“, que lista uma
série de desafios dos arquitetos para promover a sustentabilidade das
construções e combater o aquecimento global. São as seguintes:
Planejar e projetar cidades, povoações,
expansões urbanas e novos edifícios para serem neutros em carbono, o que
significa não consumirem mais energia no decurso de um ano do que a que
produzem ou importam a partir de fontes renováveis de energia;
Renovar e reabilitar as
cidades existentes, povoações, expansões urbanas e edifícios para serem neutros
em carbono, respeitando os valores culturais e patrimoniais;
Nos casos em que não
seja viável ou exequível alcançar a neutralidade em carbono, planejar e
projetar cidades, povoações, expansões urbanas, novos edifícios e renovações do
edificado para que sejam altamente eficientes e aptas a produzir ou a importar,
no futuro, toda a sua energia a partir de fontes renováveis.
Advogar e promover a
responsabilidade social da Arquitetura para com a comunidade, desenvolvendo e
fornecendo acesso equitativo à informação e aos instrumentos necessários para
planejar e projetar ambientes construídos sustentáveis, resilientes, inclusivos
e de baixo/zero teor em emissões de carbono; além de projetar sistemas locais
de zero/baixo custo de energias renováveis e de recursos naturais (tais como
aquecimento e arrefecimento passivos, captação e armazenamento de água, água
quente solar, iluminação natural e sistemas de ventilação naturais).
http://www.caubr.gov.br/5-de-outubro-dia-mundial-da-arquitetura/
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