25/10/2016

* 2016 - Dia Internacional contra a Exploração da Mulher

O dia 25 de Outubro foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia internacional contra a Exploração da Mulher, uma data dedicada à reflexão acerca das desigualdades e discriminações de gênero que ainda persistem em nossa realidade. Os problemas relacionados com esse fato são bastante explícitos e, embora a situação tenha melhorado bastante nas últimas décadas graças ao embate travado pelos grupos dedicados à luta pela igualdade de gênero e contra a discriminação, há ainda muito que se avançar. Entre os problemas mais graves, o que mais chama atenção são os casos de violência doméstica contra as mulheres.
Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), colhidos em conjunto com a Escola de Higiene Tropical de Londres, revelam que aproximadamente 35% de todos os assassinatos de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. No Brasil, segundo dados do PNAD/IBGE de 2009, 48% das mulheres que são agredidas relatam que a violência aconteceu em sua própria residência.
Outros números divulgados pelo Instituto Avon/Data popular de 2012, em trabalho intitulado “Percepções dos homens sobre a violência doméstica contra a mulher”, demonstra que, dentro do universo da amostra colhida de 1500 pessoas, 56% dos homens admitem já terem cometido alguma forma de agressão entre xingar, empurrar, agredir com palavras, dar tapa, dar soco, impedir de sair de casa ou obrigar a fazer sexo. As ações tomadas para solucionar esses problemas ainda são recentes, mas já mostram resultados. A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é um dos passos dados em direção à eliminação da violência doméstica de gênero.
O estudo “Avaliando a Efetividade da Lei Maria da Penha”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado em 2015, mostra que, desde 2006, a lei fez diminuir em 10% as projeções anteriores de taxa de homicídios domésticos. Entretanto, há certos problemas que possuem raízes profundas. A desigualdade de gênero não está relacionada apenas com a violência contra a mulher.
O parlamento de um país democrático, tal qual o Brasil, é icônico, ou ao menos deveria ser, dentro de seu papel representativo. Porém, entre as 513 cadeiras existentes em nossa câmara de deputados, apenas 51 delas (9,9%) foram ocupadas por mulheres nas eleições de 2014. O cenário mundial não é diferente, pois, entre todas as nações do mundo, apenas 19 delas são governadas por mulheres, como é caso da presidenta Dilma Rousseff, reeleita em 2014. Os graves problemas relacionados com a desigualdade de gênero mostram a real dimensão da necessidade de cada vez mais buscarmos ações que nos elevem à condição de iguais em nossas relações humanas.
O dia internacional contra a exploração da mulher representa um dia de luta contra os abusos sofridos pelas mulheres do mundo e contra as desigualdades de oportunidades e de tratamento. No entanto, representa ainda mais a luta por uma humanidade mais inclusiva e menos violenta. Por Lucas Oliveira Graduado em Sociologia

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