No dia 18 de julho, em
todo o território nacional, comemora-se o Dia do Trovador. A data foi escolhida
para homenagear a data de nascimento de Luiz Otávio, pseudônimo de Gilson de
Castro, fundador e presidente perpétuo da União Brasileira de Trovadores.
Sendo
uma composição poética concisa, a trova pode ser descrita como um micro-poema,
na verdade, o menor da língua portuguesa, devendo obedecer a características
rígidas. Luiz Otávio, cirurgião dentista, falecido em 1977, foi o responsável
por dar um grande impulso à trova, divulgando-a no rádio, em revistas e em
jornais. O resultado foi o lançamento do livro "Meus Irmãos, os Trovadores",
em 1956. Com a colaboração de J. G. de Araújo Jorge, em 1960, Luiz Otávio
lançou a primeira edição dos Jogos Florais de Nova Friburgo, sendo, ainda hoje,
a principal forma de divulgação da trova no Brasil.
Com isso, multiplicaram-se
os trovadores e com eles a necessidade de congregá-los. Então, em 1966 foi
fundada a União Brasileira de Trovadores. A comemoração do Dia do Trovador
envolve todas as seções da UBT e suas delegacias, espalhadas por centenas de
municípios brasileiros, sendo realizados almoços festivos e reuniões, com as
chamadas chuvas de trovas, que consistem em centenas de trovas impressas sendo
jogadas das janelas dos trovadores, para que aqueles que passam pelas ruas
possam se deliciar com as trovas que, literalmente, caem dos céus. Além disso,
acontecem palestras e cada seção ou delegacia comemora da melhor forma que pode
a passagem do dia dedicado aos trovadores do Brasil. Foi através dos
portugueses que a trova chegou ao Brasil.
O gênero continuou com Anchieta,
Gregório de Matos, e foi intensificado com Tomaz Antonio Gonzaga, Claudio
Manuel da Costa; com os românticos Gonçalves Dias, Casemiro de Abreu, Castro
Alves; com os parnasianos Olavo Bilac, Vicente de Carvalho; e com os
modernistas Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
Hoje, a trova é o único gênero literário exclusivo da língua portuguesa. No
Brasil, a trova originada da quadra popular portuguesa encontrou campo fértil.
Porém, passou a ser estudada e difundida de fato somente depois de 1950. De acordo com Jorge Amado, “não pode haver
criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo
do que a trova.
É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto
mesmo a trova e o trovador são imortais”. A trova deve ser composta de uma
quadra, ou seja, deve ter quatro versos – o que equivale a uma linha no
universo da poesia. Cada verso, por sua vez, deve ter sete sílabas poéticas, ou
seja, ser setessilábico. A sílaba poética, diferente do que possamos pensar, é
contada por seu som. O verso da quadra deve ter sentido completo e
independente. Há três gêneros básicos de trovas:
Trovas líricas –
falando dos sentimentos, amor, saudade;
Trovas satíricas – são
as que fazem rir, engraçadas, bem-humoradas;
Trovas filosóficas –
contendo ensinamentos, pensamentos.
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pwdtcomemorativas/default.php?reg=35&p_secao=15#
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