Instituído
pela World Association for Sexual Health (WAS) em 2010, é celebrado no dia 4 de
setembro o Dia Mundial da Saúde Sexual. A iniciativa promove a educação sexual
em prol de uma vida saudável. Rogério Bonassi Machado, ginecologista e 2º
vice-presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São
Paulo (SOGESP) esclarece as principais dúvidas sobre a sexualidade feminina e
ressalta a importância de a mulher sempre ter o acompanhamento médico durante
sua vida.
A saúde sexual inclui uma ampla variedade de assuntos como
comportamento, doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos e
reprodução humana. E os cuidados também variam e dependem exclusivamente das
condições clínicas que cada mulher apresenta, como infecções vaginas, dores
durante a relação sexual e aspectos relacionados aos métodos anticoncepcionais.
As mulheres com vida sexual ativa e que não desejam engravidar são candidatas
ao uso dos contraceptivos. No entanto, a escolha do melhor método nem sempre é
uma decisão fácil. Fatores como o período de uso (eventual ou prolongado), a
melhor época para a gravidez e as preferências individuais são levadas em
consideração.
“Por
esse motivo, os diagnósticos precisos são necessários para podermos indicar o
melhor método contraceptivo para cada tipo de caso. Se houver algum problema
com a saúde sexual da paciente, como corrimento vaginal ou infecções pélvicas,
ela será encaminhada para um tratamento adequado”, informa Machado. Uma das
novidades nos métodos anticoncepcionais para as mulheres são as chamadas
camisinhas femininas. Apesar de lançadas há cerca de 20 anos, só há pouco tempo
passaram a ganhar mais atenção das fabricantes de preservativos. Uma de suas
vantagens, além da contracepção, é a prevenção contra as DSTs. Já a pílula do
dia seguinte não deve ser confundida com um método anticoncepcional. Ela deve
ser utilizada quando há presunção de falha que possa culminar em gravidez.
No
Brasil, seu uso deve ser em até 72 horas após o ato. Embora não existam
evidências sobre os prejuízos à saúde com sua utilização diária, a repetição
rotineira desse recurso não é recomendável. DST com maior incidência, o HPV é
cercado de mitos, e um deles é o de que pode levar a doenças neurológicas, fato
que Rogério Bonassi Machado desmente. “Recomenda-se que a vacina seja realizada
em larga escala em meninas a partir dos 9 anos de idade, e em meninos a partir
dos 11. A ocorrência de eventos adversos relacionados à vacina é extremamente
baixa e não existem evidências de relação causal com as doenças neurológicas”,
esclarece o especialista, lembrando que a moléstia é a principal causadora do
câncer de colo de útero. Mas e se a mulher sentir dor durante a relação sexual,
isso é normal?
O ginecologista afirma que não. “Problemas emocionais ou
orgânicos podem ser os responsáveis e a avaliação ginecológica é indicada nesse
sentido. Por isso é importante que as mulheres se atentem aos exames
ginecológicos anuais e à coleta de papanicolau, que são mandatórios em mulheres
em idade reprodutiva”,
reforça o médico.
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