Com Estádio público e times tradicionais, dia do Beisebol é celebrado em São Paulo. A data é comemorada em 3 de Fevereiro, graças a Lei Municipal 643/1993; Modalidade não é popular no país, mas jogadores brasileiros se destacam no exterior. O esporte ainda pouco popular no Brasil tem forte influência japonesa, porém foram os norte-americanos os primeiros a rebater a pequena bola em terras tupiniquins.
O “Baseball” teve sua origem na
Inglaterra e pode ser considerado uma evolução dos “crickets” ou “rounders”,
práticas dos nobres durante o século XIII. Porém foram os norte-americanos os
primeiros a conceber os regulamentos do esporte, em 1839. São uma série de
minuciosas regras que criam a mágica do jogo que exige muita técnica, atenção,
trabalho em equipe e talento individual de cada um dos jogadores. Atualmente,
Japão e Estados Unidos podem ser considerados as duas maiores escolas de
beisebol no mundo, deixando claras suas diferenças.
O esporte tornou-se olímpico em
1992, durante a Olimpíada de Barcelona e desde então vem ganhando espaço na
Europa, sudeste asiático e na América Latina. Foi trazido ao Brasil pelos
imigrantes japoneses por volta do ano de 1900. Dentro da fechada cultura
nipônica, a tradição foi passada de pai para filho, mas continuou desconhecida
por grande parte da população.
Esta realidade começou a mudar lentamente ao longo do século XX. Em 1958, o então Prefeito de São Paulo, Adhemar de Barros, inaugurou o Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi, durante as comemorações do cinquentenário da imigração japonesa no Brasil. Ainda hoje, o estádio, localizado no bairro do Bom Retiro, é referência do beisebol no país. A região sul também deu sua contribuição ao esporte. Em Londrina, PR, o Estádio Takeshi Sugeta também é um dos responsáveis pela difusão do beisebol entre os brasileiros.
O Brasil ainda luta para chegar
ao profissionalismo dentro do Beisebol, mas há muitos anos grandes nomes vêm
dando o sangue por ele. Entre eles estão Jorge Otsuka, ex-jogador e
ex-dirigente do São Paulo Baseball Clube, tornou-se presidente e foi
responsável pela reestruturação da Federação Paulista de Beisebol e Softbol
(FPBS), em 1989. No ano seguinte, em 1990, também criou a Confederação
Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS). Otsuka contou com a ajuda do então
vice-presidente Olívio Heiji Sawasato, que hoje é presidente do Estádio Mie
Nishi.
Hoje, os frutos do Beisebol no
Brasil podem ser percebidos com o destaque de jogadores brasileiros em ligas
estrangeiras, o aumento da procura por parte da população, tanto para praticar
beisebol quanto para torcer por seus times. Muito do desenvolvimento da
modalidade tem se dado por meio das ligas universitárias, que vem ampliando o
número de adeptos. O softbol, variante do beisebol voltado às mulheres, também
é importante nas conquistas que cada vez mais estreitam os laços entre culturas
tão diferentes e fazem com que o Dia do Beisebol seja tão importante para a
cidade de São Paulo e todo o território brasileiro.
Jogadores brasileiros são
destaque no exterior
O Beisebol é pouco comentado pela
mídia no Brasil, mas é uma modalidade que tem bons representantes brasileiros
pelo mundo. Alguns destaques são Douglas Guen Masumoto, Paulo Orlando, Tiago
Magalhães e Ronaldo Ono.
Douglas Guen foi eleito melhor
jogador defensivo no campeonato mundial disputado em Londrina em 1993, na
categoria juvenil – 15/16 anos – e também era “promessa do ano”. A seleção
brasileira foi campeã deste ano na categoria juvenil e em 1990, também foi
campeã na categoria Infantil – 11 anos – do campeonato mundial disputado no
Japão.
Ronaldo Hidemi Ono é um dos
veteranos que disputou o Pan 2007 na seleção brasileira, além de Mar Del Plata
– 1995 e Winnipeg – 1999. Tiago Magalhães jogou nos EUA até 2005 e hoje está no
time japonês Yamaha, foi contratado depois de ser destaque na Copa Mundial
disputada no Brasil.
Junto a Ronaldo e Tiago, o
paulista Paulo Orlando era outro veterano do pan 2007 e hoje em dia é o maior
destaque dentre os brasileiros. Orlando passou por vários clubes de beisebol
dos EUA, entre eles Kannapolis Intimidators e Winston-Salem Dash, por contrato
com o Chicago White Sox. Inclusive foi eleito melhor corredor e melhor
outfielder nestes dois times. Hoje joga no Northwest Arkansas Naturals.
São Paulo tem estádio público
próprio para o beisebol
No Brasil, dois estádios se
destacam nessa modalidade: Mie Nishi (SP) e Takeshi Sugeta (PR). O estádio Mie
Nishi foi inaugurado em 1958, no bairro do Bom Retiro, e tem capacidade para
2.500 pessoas e já recebeu campeonatos de todas as dimensões, inclusive o
Pan-americano.
Entre outras competições
importantes disputadas no estádio podemos citar: os Jogos Pan-Americanos de
1963; a vinda do time de beisebol da Universidade de Keio em 1988, esta última
comemorando os 80 anos da imigração japonesa. Dez anos mais tarde foi a vez das
duas universidades Waseda e Keio disputar no Bom Retiro o tradicional Sokeisen
(duelo entre as duas equipes japonesas), que pela primeira vez foi realizado
fora do território japonês.
Atualmente O Estádio Municipal de
Beisebol Mie Nishi, subordinado à Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da
cidade de São Paulo (SEME), é o único local público no Brasil a oferecer
beisebol, gatebol e sumô. Com mais de 50 anos de existência, vem cumprindo o
calendário do circuito de competições das entidades oficiais do beisebol
nacional, estadual e regional. Atendendo às categorias universitárias e
veteranos de beisebol e softbol.
Em Londrina está o estádio
Takeshi Sugeta, com capacidade duas vezes maior que o Mie Nishi. O Complexo de
Beisebol Yakult também é importante no país. Contém três campos oficiais da
modalidade e é gerenciado pela CBBS, Confederação Brasileira de Beisebol e
Softbol, órgão responsável pela modalidade no Brasil.
Texto: Lucas Bouzon – lgpbouzon@prefeitura.sp.gov.br
Paulo Gervino – pantar@prefeitura.sp.gov.br
Fotos: Arquivo SEME
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/noticias/index.php?p=142357
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