No dia 19 de junho marca o Dia Nacional do Luto, Nesse dia, as pessoas são encorajadas a expressar sua tristeza, compartilhar suas memórias e prestar homenagens aos entes queridos que partiram. É também um momento para conscientizar a sociedade sobre a importância de apoiar aqueles que estão passando pelo processo de perda, oferecendo compreensão, empatia e suporte emocional.
Alguns hábitos podem ajudar a passar pelo luto de forma mais
tranquila
Existem 4 etapas que compõem os rituais referente ao Luto.
Com elas, conseguimos traduzir a habilidade externa que as pessoas em processo
de luto usam para lidar com o mundo e suas dores. Importante ressaltar que os
rituais ajudam a processar o luto de modo seguro e por um determinado período.
Confira!
1ª etapa: contenção
Precisamos de um espaço contido para processar nossa perda, caso contrário, acabamos em uma montanha-russa sem barras de proteção que nos segurem durante a viagem. A maior parte das pessoas ficam por conta própria na hora de lidar com o luto. Mas, na verdade, elas precisam da orientação solidária de alguém mais sábio. Essa pessoa irá ajudá-las a definir o que funciona para elas como um lugar seguro enquanto lidam com o caos criado pela perda. Por esse motivo, é importante que um lugar seguro seja criado de forma conjunta pelo facilitador e o cliente para que o processo de luto seja bem-sucedido.
2ª etapa: entrega
Para estar aberto ao ritual, você precisa aceitar o caos. O
caos é dizer sim ao luto. Quando dizemos não, raramente sentimos que o espaço
contido é seguro.
3ª etapa: Desconstrução
Simbolicamente, esta etapa refere-se à desconstrução do
antigo "eu" que existia antes da perda. Isso inclui desconstruir os
antigos desejos… E construir com o cliente um modo de lidar com a morte do seu
antigo "eu". A desconstrução que acontece durante o processo de luto
é o desmantelamento do antigo "eu" e dos antigos desejos.
4ª etapa: reconstrução
Essa é uma das etapas mais demoradas, visto que, entre a desconstrução e reconstrução, é necessário reintegrar alguns aspectos importantes como: Papéis em ação; Identificação com pessoas; Identificação com coisas; Hábitos; Atitudes; Sentimentos.
Importância de viver o luto
Viver o luto é fundamental, pois quando o reprimimos, pode se
tornar algo patológico. Ou seja, em vez de sofrermos por um período de um ano,
podemos enfrentar a angústia por muito mais tempo, desenvolvendo sentimentos
profundos de tristeza e até mesmo depressão. Quando a sintomatologia do luto
passa a interferir na qualidade de vida e saúde mental, compreende-se que se
trata de um luto complicado e deve ser tratado.
"O luto não é a roupa, é tristeza, é a falta da pessoa,
de sentir a presença em cada coisa que vai fazer, é algo que vem de dentro, é a
saudade". (ERICKSON, 1998).
Busque ajuda profissional
Busque ajuda caso perceba que seu sofrimento está muito intenso, se prolongando ou mesmo impedindo que consiga manter suas atividades, causando muito impacto na sua vida e em suas relações. Outro sinal de que é preciso buscar suporte emocional pode surgir quando as pessoas à sua volta sinalizam que estão preocupadas com sua saúde mental. Esses sinais podem significar que as perdas vivenciadas neste período estejam lhe sobrecarregando e, neste caso, pode ser necessário o auxílio de um profissional qualificado para não haver agravamento das dificuldades.
Ressignifique o momento da perda com a hipnoterapia. Este processo visa ajudar o paciente a buscar dentro de si uma maneira de transformar os sentimentos de dor em boas lembranças, por meio de diferentes técnicas que podem ser usadas para o paciente se reconectar com a sua energia vital. Na hipnoterapia do luto, o compartilhamento dessa dor pode ajudar o paciente a reaprender a viver em uma nova realidade e lidar com os próprios sentimentos, onde uma pessoa importante já não está mais presente fisicamente. O suporte profissional deve contribuir para que uma memória dolorosa não seja tão incapacitante. Não carregue um fardo como esse sem auxílio. É claro que seria mais fácil apagar as memórias de momentos que gostaríamos de não ter vivido, mas você não precisa voltar ao passado para ressignificá-lo. Apesar do tema ser a morte, todas as conversas e técnicas utilizadas nas terapias acabam girando em torno da vida. Fala-se sobre como as pessoas desejam viver mais plenamente, como podem compartilhar seus desejos, medos e escolhas com as pessoas que amam. E tem uma questão que sempre sugiro a partir dessa conversa, que é procurar essas pessoas e falar aquilo que pensou em dizer se só tinha uma hora de vida. "Muitas vezes a gente pensa que é muito cedo até que é muito tarde". Para concluir, a vida precisa continuar, a aceitação da perda conduz o sujeito a reformular o pensamento de seguir em frente, estabelecendo um conceito pessoal de que a dor é o combustível para que se possa aprender a lidar com o sofrimento.
Por Débora Diniz - Hipnoterapeuta formada pela OMNI Hypnosis
Training Center, Débora Diniz utiliza essa ciência em suas consultas para
auxiliar seus pacientes a encontrarem uma maneira saudável de controlar os
medos e comportamentos negativos. Foi pioneira na criação de um Serviço de
Terapia Nutricional Parenteral e Enteral e na construção da primeira "sala
limpa" para preparo destas nutrições em ambiente hospitalar do Brasil.
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