20/01/2017

* 2017 - Dia Nacional da consciência indígena

Em 2013 ficou definida a data que representa a luta dos povos indígenas pelo reconhecimento de seu valor e pela luta de preservação da sua cultura e identidade; essa data é o dia 20 de Janeiro, “data proposta em lembrança da morte de cacique Aymbere que morreu bravamente resistindo a invasão portuguesa em 1557” (DNCI).
O Dia Nacional da Consciência Indígena é uma ideia que estava germinando na cabeça de Marcos Terena desde 1985, quando subiu a Serra da Barriga, acompanhando o Movimento Negro Brasileiro, que comemorava o tombamento da montanha em que Zumbi dos Palmares enfrentou os colonialistas escravizadores e morreu defendendo a liberdade e igualdade de todos no Brasil. Cunhambebe e Aimberê, guerreiros Tubinambá, também se revoltaram contra a escravização dos povos indígenas no Brasil.
Organizaram a Confederação Tamoio com indígenas de Campos até São Paulo e combateram heroicamente contra os colonialistas e escravizadores portugueses. Com a derrota da Confederação Tamoio, o resultado da guerra que envolveu os franceses que forneciam armas aos Tamoios e portugueses que foram buscar apoio junto aos Tupiniquins em Niterói, foi a fundada a cidade do Rio de Janeiro  por Estácio de Sá,  em 1° de março de 1565, com o objetivo de estabelecer uma fortificação, para impedir futuras revoltas indígenas e invasões de outros poderes coloniais. Para lembrar a história de luta dos Povos Indígenas na construção do Brasil, os representantes dos povos indígenas, atualmente aldeados no antigo Museu do Índio ao lado do Maracanã no Rio de Janeiro, local que ele batizaram de “Aldeia Maracanã”, pegaram a ideia de Marcos Terena e irão aproveitar hoje, 20 de Janeiro de 2013, dia do Padroeiro da cidade, São Sebastião do Rio de Janeiro, para lançarem nacionalmente o “Dia Nacional da Consciência Indígena” e assim divulgarem sua embaixada para toda a humanidade.
Os povos Indígenas no Brasil nunca se entregaram. Apinajé na Amazõnia, a guerra dos Aimoré na Bahia e dos Potiguares no Rio Grande do Norte e na Paraíba são inúmeros momentos na História do Brasil que nos revelam a tenacidade dos povos indígenas  na defesa de seus territórios e modos de vida, e a visão colonial que perdura até hoje de que os povos indígenas é que seriam os estrangeiros em suas próprias terras, como a exemplo do atual governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que num momento de ira com os jornalistas, que lhe perguntavam sobre a Aldeia Maracanã, respondeu que era um deboche falar de índios na área do Maracanã, que nunca teve índio ali, fosse me 1506, 1806 ou agora. A construção da represa  de Belo Monte, a invasão das  terras dos Kaiowá.
o não reconhecimento da cidadania e das representações indígenas que exigem a manutenção da Aldeia Maracanã são todos exemplos atuais da persistência do comportamento colonial da sociedade brasileira com os Povos Indígenas, habitantes originais de Pindorama, terra que hoje se chama Brasil. 

A confusão quanto à “visão colonial que perdura até hoje de que os povos indígenas é que seriam os estrangeiros em suas próprias terras”ainda persiste. Somos tão alienados quanto aos fatos da nossa própria História que não percebemos que a grande maioria dos que vivem em terras brasileiras, hoje, são descentes das diversas Nações indígenas de Pindorama. Somos netos, bisnetos, tetranetos de indígenas; o que torna o Brasil uma grande Nação de irmãos. A cultural indígena não é uma herança somente dos brasileiros que ainda vivem as tradições de nossos antepassados no seu dia a dia, em contato direto com a Natureza; essa é a NOSSA herança, pois permeia os quatro cantos do nosso País e alimenta o Espírito dessa terra que está vivo em TODOS nós, pedindo por reconhecimento e libertação. Não somos Africanos, Europeus, Asiáticos… Somos BRASILEIROS, e somos fruto da terra que nos viu nascer, e nossas RAIZES são INDÍGENAS, pois são as únicas raízes autênticas dessa Nação. Seria utópico dizer que nosso modo de vida deveria ser o dos nossos antepassados e que todos deveriam retornar para a floresta, pois não devemos desprezar o processo histórico que gerou todas as mudanças no mundo inteiro; mas o fato de não reconhecermos nossa verdadeira IDENTIDADE cultural tem causado grande prejuízo a todos nós, pois sem raízes vivemos de forma superficial e cometemos erros gravíssimos que tem destruído nossas maiores riquezas que são a Natureza e o Espírito de Fraternidade dessa terra. O reconhecimento e resgate da essência da cultura indígena seria o remédio para curar o nosso povo; o reconhecimento de que,apesar das aparentes diferenças entre os grupos que vivem no Brasil, ainda somos um só povo, pois compartilhamos a mesma História e somos unidos pelo DNA dos povos de Pindorama, transformaria os rumos do nosso futuro. Todos os grupos estrangeiros que tem chegado em nosso território desde 1500 tem deixado, para o bem ou para o mal, sua influência, mas não devemos JAMAIS nos esquecer dos habitantes originais dessa terra, não devemos JAMAIS nos esquecer de nossos ANCESTRAIS INDÍGENAS, pois é essa ascendência que nos garante o direito de nos denominarmos Brasileiros; sem eles, seríamos de fato apenas estrangeiros invasores nessas terras.
FONTE: Racismo Ambiental 
https://pindoramahistoria.wordpress.com/2015/01/20/20-de-janeiro-dia-nacional-da-consciencia-indigena/comment-page-1/

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