Em 2013 ficou
definida a data que representa a luta dos povos indígenas pelo reconhecimento
de seu valor e pela luta de preservação da sua cultura e identidade; essa data
é o dia 20 de Janeiro, “data proposta em lembrança da morte de cacique Aymbere
que morreu bravamente resistindo a invasão portuguesa em 1557” (DNCI).
O Dia
Nacional da Consciência Indígena é uma ideia que estava germinando na cabeça de
Marcos Terena desde 1985, quando subiu a Serra da Barriga, acompanhando o
Movimento Negro Brasileiro, que comemorava o tombamento da montanha em que
Zumbi dos Palmares enfrentou os colonialistas escravizadores e morreu
defendendo a liberdade e igualdade de todos no Brasil. Cunhambebe e Aimberê,
guerreiros Tubinambá, também se revoltaram contra a escravização dos povos
indígenas no Brasil.
Organizaram a Confederação Tamoio com indígenas de Campos
até São Paulo e combateram heroicamente contra os colonialistas e
escravizadores portugueses. Com a derrota da Confederação Tamoio, o resultado
da guerra que envolveu os franceses que forneciam armas aos Tamoios e portugueses que foram buscar apoio
junto aos Tupiniquins em Niterói, foi a fundada a cidade do Rio de Janeiro por Estácio de Sá, em 1° de março de 1565, com o objetivo de
estabelecer uma fortificação, para impedir futuras revoltas indígenas e
invasões de outros poderes coloniais. Para lembrar a história de luta dos Povos
Indígenas na construção do Brasil, os representantes dos povos indígenas,
atualmente aldeados no antigo Museu do Índio ao lado do Maracanã no Rio de
Janeiro, local que ele batizaram de “Aldeia Maracanã”, pegaram a ideia de
Marcos Terena e irão aproveitar hoje, 20 de Janeiro de 2013, dia do Padroeiro
da cidade, São Sebastião do Rio de Janeiro, para lançarem nacionalmente o “Dia
Nacional da Consciência Indígena” e assim divulgarem sua embaixada para toda a
humanidade.
Os povos Indígenas no Brasil nunca se entregaram. Apinajé na
Amazõnia, a guerra dos Aimoré na Bahia e dos Potiguares no Rio Grande do Norte
e na Paraíba são inúmeros momentos na História do Brasil que nos revelam a
tenacidade dos povos indígenas na defesa
de seus territórios e modos de vida, e a visão colonial que perdura até hoje de
que os povos indígenas é que seriam os estrangeiros em suas próprias terras,
como a exemplo do atual governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que num
momento de ira com os jornalistas, que lhe perguntavam sobre a Aldeia Maracanã,
respondeu que era um deboche falar de índios na área do Maracanã, que nunca
teve índio ali, fosse me 1506, 1806 ou agora. A construção da represa de Belo Monte, a invasão das terras dos Kaiowá.
o não reconhecimento da
cidadania e das representações indígenas que exigem a manutenção da Aldeia
Maracanã são todos exemplos atuais da persistência do comportamento colonial da
sociedade brasileira com os Povos Indígenas, habitantes originais de Pindorama,
terra que hoje se chama Brasil.
A confusão
quanto à “visão colonial que perdura até hoje de que os povos indígenas é que
seriam os estrangeiros em suas próprias terras”ainda persiste. Somos tão
alienados quanto aos fatos da nossa própria História que não percebemos que a
grande maioria dos que vivem em terras brasileiras, hoje, são descentes das
diversas Nações indígenas de Pindorama. Somos netos, bisnetos, tetranetos de
indígenas; o que torna o Brasil uma grande Nação de irmãos. A cultural indígena não é uma herança somente dos brasileiros que ainda vivem as tradições
de nossos antepassados no seu dia a dia, em contato direto com a Natureza; essa
é a NOSSA herança, pois permeia os quatro cantos do nosso País e alimenta o
Espírito dessa terra que está vivo em TODOS nós, pedindo por reconhecimento e
libertação. Não somos Africanos, Europeus, Asiáticos… Somos BRASILEIROS, e
somos fruto da terra que nos viu nascer, e nossas RAIZES são INDÍGENAS, pois
são as únicas raízes autênticas dessa Nação. Seria utópico dizer que nosso modo
de vida deveria ser o dos nossos antepassados e que todos deveriam retornar
para a floresta, pois não devemos desprezar o processo histórico que gerou
todas as mudanças no mundo inteiro; mas o fato de não reconhecermos nossa
verdadeira IDENTIDADE cultural tem causado grande prejuízo a todos nós, pois
sem raízes vivemos de forma superficial e cometemos erros gravíssimos que tem
destruído nossas maiores riquezas que são a Natureza e o Espírito de
Fraternidade dessa terra. O reconhecimento e resgate da essência da cultura
indígena seria o remédio para curar o nosso povo; o reconhecimento de que,apesar das aparentes diferenças entre os grupos que vivem
no Brasil, ainda somos um só povo, pois compartilhamos a mesma História e somos
unidos pelo DNA dos povos de Pindorama, transformaria os rumos do nosso futuro.
Todos os grupos estrangeiros que tem chegado em nosso território desde 1500 tem
deixado, para o bem ou para o mal, sua influência, mas não devemos JAMAIS nos
esquecer dos habitantes originais dessa terra, não devemos JAMAIS nos esquecer
de nossos ANCESTRAIS INDÍGENAS, pois é essa ascendência que nos garante o
direito de nos denominarmos Brasileiros; sem eles, seríamos de fato apenas
estrangeiros invasores nessas terras.
FONTE: Racismo Ambiental
FONTE: Racismo Ambiental
https://pindoramahistoria.wordpress.com/2015/01/20/20-de-janeiro-dia-nacional-da-consciencia-indigena/comment-page-1/
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