A comissão julgadora do Prêmio Democracia e Cidadania Plena das Mulheres, composta por três integrantes designados pelo Plenário do Conselho Federal de Psicologia e coordenada pela conselheira vice-presidente do CFP, reuniu-se no dia 04 de agosto de 2011 e escolheu os vencedores entre os trabalhos inscritos no prêmio, segundo os critérios estabelecidos em edital. Foram recebidas 42 inscrições, entre trabalhos individuais e em grupo. A comissão julgadora selecionou três para recebimento da premiação em dinheiro e seis trabalhos para recebimento de menções honrosas. Os vencedores serão informados por e-mail.
1º Lugar: Título: “Gênero, Direitos Humanos e Cidadania: a Psicologia contribuindo para a ressignificação da experiência da deficiência em mulheres de camadas populares”
Autores: Marivete Gesser – CRP/SC 05091
Adriano Henrique Nuernberg – CRP/SC 03019
2º lugar: Título: “As Oficinas Sociais e o Fortalecimento da Autonomia Feminina”
Autores: Paloma Abelin Saldanha Marinho CRP: 05-40706
Emmanuela Neves Gonsalves CRP: 05-37810
Luciana Francez Cariello CRP: 05-39865
Regina Cibele Serra dos Santos Jacinto CRP: 05-31644
3º lugar: Título: “Mexendo no vespeiro”
Autores: Simone Francisca de Oliveira – CRP 23288/04
Menções Honrosas:
Título: “Sta. Teresa: o toque de nossas mãos”
Autores: Andréa Moreira Chagas – CRP 05-26919
Título: “Centro Cultural Cartola – Economia Feminina na Arte do Carnaval”
Autores: Edna de Assunção Melo Chernicharo – CRP 05-22189
Título: “Sofrimento feminino e ethos militar: experiências emancipatórias de mulheres em psicoterapia de grupo”
Autores: Thaís Seltzer Goldstein – CRP 06 -53422
Título: “Mulheres que vivenciam violência: uma análise a partir do atendimento no Centro da Mulher REVIVI”
Autores: Sandra Adelina Giacomini – CRP 07 – 04902
Título: “Mulher: Fortalecimento em busca de autonomia”
Autores: Kely Cristina Brocco de Oliveira – CRP 07/06418
Título: “Mulheres no Mundo: a construção do direito de viver sem violência”
Autores: Marilia Cortes Gouveia de Melo – CRP 05/ 4836
Maria Cristina D’Almeida Marques – CRP 05/ 22029
O Trabalho realizado na ABLUDEF pela psicologa Drª Marivete Gesser é premiado pelo Conselho Federal de Psicologia .
O trabalho “Gênero, Direitos Humanos e Cidadania: a Psicologia contribuindo para a ressignificação da experiência da deficiência em mulheres de camadas populares” foi premiado com o melhor trabalho do Brasil no concurso de nível nacional Democracia e Cidadania Plena das Mulheres realizado pelo Conselho Federal de Psicologia. Esse concurso teve como objetivo apresentar experiências que vem sendo realizadas no Brasil para a promoção da cidadania das mulheres, numa perspectiva de empoderamento e na participação política. O trabalho premiado foi desenvolvido na Associação Blumenauense de Deficientes Físicos - ABLUDEF, que se caracteriza como uma Ong fundada gerida por pessoas com deficiência e voltada à luta pelos direitos e pela inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, atualmente presidida pela associada Maria Helena Mabba. O trabalho foi realizado pela psicóloga Marivete Gesser, com supervisão do Profº Adriano Henrique Nuernberg da UFSC e com o apoio das Assistentes Sociais da ABLUDEF Dalva Day e Tania Regina Morais e demais funcionários da associação. Ele teve como objetivo principal contribuir para o empoderamento e a participação política das mulheres com deficiência na sociedade. Ele teve quatro linhas de ação:
a) Grupo de mulheres com deficiência voltado ao compartilhamento da experiência de ser mulher com deficiência na várias dimensões da vida: Saúde, educação, trabalho, sexualidade, lazer cuidado com os filhos bem como à criação de estratégias para lidar com as barreiras arquitetônicas e atitudinais experienciadas cotidianamente;
b) Seminário da ABLUDEF sobre Gênero, Deficiência Física e Cidadania voltado aos direitos sexuais e reprodutivos e à instrumentalização das mulheres para o exercício da cidadania, inclusão e participação política das mulheres nos espaços legitimados de controle social;
c) Assessoramento das mulheres associadas na participação delas nos fóruns e conferências voltados à garantia dos seus direitos e construção de políticas públicas;
d) Formação dos profissionais voltada à sensibilização deles para a imbricação da deficiência com as questões de raça, gênero, geração e classe social.
O trabalho realizado apontou a necessidade de pautar as ações junto às pessoas com deficiência na Convenção sobre os Diretos da Pessoa com Deficiência, construída com a participação de pessoas com deficiência do mundo todo e nos direitos humanos. Além disso, também evidencia a necessidade de se pautar a atuação profissional junto às pessoas com deficiência no rompimento das barreiras arquitetônicas e atitudinais e, por fim, demonstra a necessidade de a psicologia reconhecer a deficiência como uma categoria de análise nas suas pesquisas e práticas psicossociais, já que 14,5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Percebeu-se que as ações realizadas foram de grande importância para ressignificar a experiência da deficiência e construir uma identidade política dessas mulheres.
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