Em 3 de fevereiro de 1966, a sonda soviética Luna 9, realiza o primeiro pouso bem sucedido em outro corpo celeste, na Lua, enviando as primeiras imagens do solo lunar para a Terra. A missão pioneira finalmente dissipou antigos temores de que uma espaçonave pudesse afundar na camada de poeira lunar. O Programa Luna (também conhecido como Lunik) foi a designação de uma série de missões espaciais não-tripuladas enviadas à Lua pela extinta União Soviética entre 1959 e 1976. A primeira missão rumo a Lua, a Luna 1, lançada em 2 de janeiro de 1959, e não obteve sucesso, com a nave passando a 6.000 km da Lua e transformando-se na primeira nave espacial a entrar em órbita solar. A Luna 2, lançada em 12 de setembro de 1959, alcançou a Lua em 14 de setembro de 1959, mas não enviou os dados para a Terra, impactando na superfície lunar. Poucos dias depois foi lançada a Luna 3. No dia 10 de outubro de 1959 a sonda Luna 3 enviou as primeiras fotografias da face oculta da Lua, que em grande parte não pode ser observado na Terra. Uma parte pode ser observada com a lunação. A nave não conseguiu pousar na Lua e a missão Luna 3 foi perdida. Teoricamente, a União Soviética avançava em passos largos para a conquista da Lua, mas a maioria das outras missões Luna foram destruídas na tentativa do pouso lunar. Em 31 de janeiro de 1966, foi lançada lançado do Cosmódromo de Baikonur a missão Luna 9 (E-6M) por foguete Molniya, de 4 estágios. O lançamento foi bem sucedido, e o controle de missão efetuou as correções de curso necessárias, acionando os retrofoguetes a 8300 km da Lua conforme o planejado e a Luna 9 pousou na Lua em 3 de fevereiro de 1966 às 18:45 UTC, na região localizada a oeste do Oceanus Procellarum, conhecido como Planitia Descendus, perto das crateras Cavalerius e Galilaei (Galileu Galilei) . O pouso não foi suave, a Luna 9 pousou a 22 km/h ou 6,1 m/s, possivelmente quicando várias vezes antes de parar. A nave utilizou um “saco de pouso”, tipo um Airbag, que amorteceu o impacto. Após a alunissagem no Oceanus Procellarum, as “quatro pétalas”, que cobriam a metade superior da nave, abriram-se e estabilizaram a nave espacial na superfície lunar. Outras missões, com naves soviéticas e com naves americanas, haviam capturado imagens em close-up da Lua nos anos anteriores, mas Luna 9 foi a primeira nave espacial a operar a partir da superfície de outro corpo celeste. Aproximadamente cinco minutos depois do pouso, a Luna 9 começou a transmitir dados para a Terra, mas somente depois de 7 horas, quando o Sol atingiu 7° de elevação, a sonda começou a enviar a primeira das nove imagens da superfície da Lua. Essas foram as 9 primeiras imagens transmitidas da superfície de um outro corpo celeste. No dia 4 de fevereiro, A Luna 9 transmitiu a primeira das três séries de imagens e TV durante um período de 107 minutos, que são depois montadas, fazendo uma vista panorâmica do local de pouso. A segunda série de imagens enviadas a Terra, revelam que Luna 9 mudou sua posição ligeiramente que permitiu uma visão estereoscópica para ser construída. No dia 6 de fevereiro, a Luna 9 transmite ainda mais três séries de imagens de TV durante um período de 138 minutos. Horas depois as transmissões de rádio cessam, indicando que suas baterias estão esgotadas. A Luna 9 enviou para a Terra 27 fotografias individuais do solo lunar, conseguindo fazer 3 montagem de fotos panorâmicas com o seu sistema ótico/mecânico da câmera. As fotos foram analisadas no Instituto Astronômico Sternberg e pela AI Lebedinskii na Universidade de Moscou As figuras incluíam vistas das rochas próximas e do horizonte, 1,4 km de distância. As imagens da Luna 9 não foram divulgados imediatamente pelas autoridades soviéticas. No mesmo dia da alunissagem da Luna 9, a Rádio BBC (British Broadcasting Corporation) de Londres, narrou a seguinte notícia sobre o pouso da sonda Luna 9: “Os soviéticos fizeram o primeiro pouso controlado de uma nave espacial na Lua. A sonda Luna 9 fez seu pouso suave em 21h45m no horário de Moscou (18h45m no horário da Inglaterra). A sonda começou imediatamente a tirar fotos de seus arredores. Pela primeira vez, a Lua é observada ao nível da superfície. A área fotografada está a oeste das crateras de Reiner e Marius no Oceano das Tormentas (Oceanus Procellarum). A União Soviética ainda não liberou as fotografias para o resto do mundo. A alunissagem também confirma evidências a partir das fotografias enviadas em órbita pela sonda americana Ranger, de que a superfície da Lua é firme, e não coberta com uma camada macia de pó como alguns astrônomos pensavam.
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