No dia 19 de fevereiro ás 9;00 horas fomos convidadas a participar de reunião com a CIA.de Cigarros Souza Cruz em Blumenau.
O convite foi feito por Juceane Azeredo da empresa tercerizada Consultare Assessoria Empresarial, para conversar sobre Mercado de Trabalho para pessoas com deficiência. Estiveram presentes Juceane (CONSULTARE), Gisele Kruck representante da ABADA ; Cheila N. Cardoso (ACEVALI) assistente social, Joana Bento – coordenadora do Processo da empresa de cigarro Souza Cruz, senhor Jorge da Silva gerente de processo do RH da Empresa de Cigarro Souza Cruz e a assistente social Dalva Day representando a ABLUDEF e da CODEPA.
Após uma mostragem da história da CIA. de Cigarro sSouza Cruz, fomos convidados a visitar os setores da empresa. Foi mostrado pela coordenadora Joana Bento o processo realizado desde a chegada do fumo á empresa após a colheita. Percebemos no horário do 1º turno que havia 90% de mulheres no trabalho, e que dessas muitas senhoras que já estão na faixa da terceira idade. A coordenadora comentou que devido serem pessoas que não dependiam de INSS e tinham condições de trabalhar apenas por 6 meses, procuravam a empresa mais pela vontade de estar produzindo e tendo um "extra" financeiro para ajudar os filhos nas despesas em casa, ou mesmo para viajar sem depender de ninguém no custeio da viagem.
O principal objetivo da reunião foi mostrar para as ONGs que a CIA. Souza Cruz quer continuar fazendo a parceria entre elas para que possam estar empregando mais deficientes principalmente na área de produção. O senhor Jorge comentou ao grupo presente que a empresa de Blumenau, durante o ano tem apenas 80 funcionários, enquanto que na época de safra contrata mais de 900 pessoas, a rotatividade é muito grande.
A representante da ACEVALI perguntou quantos deficientes visuais havia no quadro de funcionário da empresa de Blumenau, responderam que havia 4 deficiêntes visuais, mas que todos já haviam saído e que apenas um deles estava em contato com a CONSULTARE, manifestou o desejo de voltar a trabalhar na área de produção. A contratação é somente para a temporada de SAFRA que é de 6 meses, alguns dos deficiêntes recebem auxilio de invalidez do INSS, assim não podem ser contratado para trabalhos temporários ou fixo, terão que optar pela aposentadoria de invalidez ou pela carteira assinada da empresa. Como é de apenas 6 meses fica difícil aceitar o trabalho temporário. A empresa contrata no período de dezembro a julho, enquanto houver necessidade.
A empresa Souza Cruz de Blumenau recebe 16 mil de toneladas de fumo, são vários setores de produção que o deficiênte tem condições de trabalhar. Em Blumenau a CIA. Souza Cruz é a única com armazém refrigerado no país, também conta com duas caldeiras . No setor de debulhação de fumo são apenas 7 pessoas para trabalhar no setor.
A empresa oferece aos funcionários crêche, refeitório, serviço médico (ambulatório). O Brasil é o maior exportador de fumo.
HORÁRIO:
* 1º turno: das 05horas a 13:30,
* 2º turno: das 13:20 ás 21:40
* 3º turno: das 21:40 as 05 horas.
Aos Sábado os horários são:
* 1º turno: 05 horas as 11:50;
* 2ª turno: 11:50 as 18:40
* 3º turno das 23horas as 05 horas.
Quanto ao salário vária conforme as funções, tendo mais um adicional R$ 120,00 reais em alimentação. A empresa oferece alimentação ao custo de R$ 23,00 a R$ 25,00 reais mensal, dando o café (lanche) gratuito para qualquer dos turnos.
Nós representantes questionamos a necessidade de colocação dos deficientes não somente na área de produção, pois no caso da ABLUDEF, recebemos muitos jovens após acidentes de moto, ficando com deficiências e que não querem ficar recebendo apenas o auxilio de invalidez. São pessoas jovens em condições de continuar sua carreira, que devido ao acidente foi cerciada momentaneamente, mas com auxilio de próteses/orteses continuaram a produzir. Nosso principal objetivo enquanto profissionais do serviço social é não deixar que deficiêntes físicos fiquem sem opções de continuar sua vida como cidadãos de direito, e não fiquem a margem da sociedade por motivos da deficiências. Damos totais condições de se reabilitarem, mas precisamos das empresas que mudem seu olhar, e não pense que o deficiênte físico sirva apenas para preencher cotas, que a lei exige.
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