Hoje faz exatos 31 anos que ocorreu a famosa tragédia na
cidade de Bhopal, na Índia, onde, cerda de 20 mil trabalhadores morreram, e os
feridos passam da casa dos 500 mil atingidos, devido ao acidente na madrugada
do dia de 3 de dezembro de 1984, onde ocorreu o vazamento de 27 toneladas do
gás tóxico metil-isocianato, onde até os dias atuais, a empresa responsável
pelo atentado (empresa norte-americana Union Carbide, atual DOW) não pagou
indenizações pelos prejuízos e malefícios causados a população.
E isso tudo por
quê? Ora, tudo pela maximização dos lucros, movida pela nobre tentação
capitalista de alcançar os ambiciosos números que expressam a lucratividade das
vendas, independentemente de quantas pessoas possam perdem suas vidas para que
esse virtuoso objetivo capitalista seja alcançado. O dia três (3) de dezembro,
marca o dia mundial da luta conta o uso abusivo dos agrotóxicos. E advinha,
quem é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta atualmente? Se você acha
que é o Brasil, tenha orgulho de sua resposta, pois você acertou. O Brasil,
considerada atualmente a quinta maior economia mundial, é um país especialista
desde o período colonial na produção e exportação primária de commodities
agrícolas.
Desde de o ano de 2008, lidera o ranking de maior consumidor de
agrotóxicos no mundo. De acordo com o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (Abrasco), no Brasil, o consumo médio de agrotóxicos chegou a
aproximadamente 5,2 litros per capita (2011), e atualmente esse número chega a
7,3 litros per capita (2015). Isso não significa que cada pessoa ingere 7,3
litros de agrotóxicos, mas que o total de litros de agrotóxicos vendidos no
Brasil, com base no ano de 2014, dividido pelo número total de habitante no
Brasil, resulta no valor médio de 7,3 litros per capita. O discurso dos
célebres defensores do agronegócio, de gestão sustentável de recursos naturais
para a produção de alimentos saudáveis, baratos e competitivos, através do
emprego das inovadoras tecnologias produzidas na cidade para o campo, com o
intuito de aliar o pequeno, médio e o grande produtor com as grandes empresas
do setor agropecuário, para que numa atuação mútua consigam promover o
desenvolvimento econômico e resolver o problema que assola 1 bilhão de famintos
no mundo, já passou do estado de
cinismo, e em algum já está produzindo um certo enjoo. Cuidado, enjoo é um
sinal de contaminação por agrotóxicos, favor consultar um médico. Mas, vamos
falar de números.
Atualmente, no setor agropecuário, o lucro está
majoritariamente concentrado em seis (6) transnacionais e multinacionais:
Monsanto, Syngenta, Basf, Dupont e Bayer. Só por uma questão de curiosidade, a
última empresa citada, foi responsável pela produção de um gás letal usado
pelos nazistas na II Guerra mundial, mas atualmente, além de ser uma liderança
na produção de agroquímicos, é atuante no setor farmacêutico. Ora, que lição
podemos tirar com isso? Simples, se você é capaz de produzir o veneno, também é
capaz de produzir o antídoto, e melhor ainda, você pode vendê-lo e novamente
lucrar.
E assim, o Brasil torna-se o canteiro experimental dessas empresas, que
em 2013 arrecadaram mais de US$11 bilhões e 2014 chegou aos US$ 12,2 bilhões.O
agronegócio na maneira como está sendo adotado, é pouco eficiente na geração de
empregos no campo, e fortalece o êxodo rural, dessa forma inflando as favelas
das grandes cidades, e fortalecendo a mão de obra escrava, tanto dos poucos que
permaneceram no campo, quanto os que estão chegando na cidade e não tem uma
especialização que o mercado exige.
https://feab.wordpress.com/2015/12/03/dia-internacional-de-luta-contra-os-agrotoxicos/
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