03/12/2016

* 2016 - Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos

Hoje faz exatos 31 anos que ocorreu a famosa tragédia na cidade de Bhopal, na Índia, onde, cerda de 20 mil trabalhadores morreram, e os feridos passam da casa dos 500 mil atingidos, devido ao acidente na madrugada do dia de 3 de dezembro de 1984, onde ocorreu o vazamento de 27 toneladas do gás tóxico metil-isocianato, onde até os dias atuais, a empresa responsável pelo atentado (empresa norte-americana Union Carbide, atual DOW) não pagou indenizações pelos prejuízos e malefícios causados a população.
E isso tudo por quê? Ora, tudo pela maximização dos lucros, movida pela nobre tentação capitalista de alcançar os ambiciosos números que expressam a lucratividade das vendas, independentemente de quantas pessoas possam perdem suas vidas para que esse virtuoso objetivo capitalista seja alcançado. O dia três (3) de dezembro, marca o dia mundial da luta conta o uso abusivo dos agrotóxicos. E advinha, quem é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta atualmente? Se você acha que é o Brasil, tenha orgulho de sua resposta, pois você acertou. O Brasil, considerada atualmente a quinta maior economia mundial, é um país especialista desde o período colonial na produção e exportação primária de commodities agrícolas.
Desde de o ano de 2008, lidera o ranking de maior consumidor de agrotóxicos no mundo. De acordo com o Dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), no Brasil, o consumo médio de agrotóxicos chegou a aproximadamente 5,2 litros per capita (2011), e atualmente esse número chega a 7,3 litros per capita (2015). Isso não significa que cada pessoa ingere 7,3 litros de agrotóxicos, mas que o total de litros de agrotóxicos vendidos no Brasil, com base no ano de 2014, dividido pelo número total de habitante no Brasil, resulta no valor médio de 7,3 litros per capita. O discurso dos célebres defensores do agronegócio, de gestão sustentável de recursos naturais para a produção de alimentos saudáveis, baratos e competitivos, através do emprego das inovadoras tecnologias produzidas na cidade para o campo, com o intuito de aliar o pequeno, médio e o grande produtor com as grandes empresas do setor agropecuário, para que numa atuação mútua consigam promover o desenvolvimento econômico e resolver o problema que assola 1 bilhão de famintos no mundo,  já passou do estado de cinismo, e em algum já está produzindo um certo enjoo. Cuidado, enjoo é um sinal de contaminação por agrotóxicos, favor consultar um médico. Mas, vamos falar de números.
Atualmente, no setor agropecuário, o lucro está majoritariamente concentrado em seis (6) transnacionais e multinacionais: Monsanto, Syngenta, Basf, Dupont e Bayer. Só por uma questão de curiosidade, a última empresa citada, foi responsável pela produção de um gás letal usado pelos nazistas na II Guerra mundial, mas atualmente, além de ser uma liderança na produção de agroquímicos, é atuante no setor farmacêutico. Ora, que lição podemos tirar com isso? Simples, se você é capaz de produzir o veneno, também é capaz de produzir o antídoto, e melhor ainda, você pode vendê-lo e novamente lucrar.
E assim, o Brasil torna-se o canteiro experimental dessas empresas, que em 2013 arrecadaram mais de US$11 bilhões e 2014 chegou aos US$ 12,2 bilhões.O agronegócio na maneira como está sendo adotado, é pouco eficiente na geração de empregos no campo, e fortalece o êxodo rural, dessa forma inflando as favelas das grandes cidades, e fortalecendo a mão de obra escrava, tanto dos poucos que permaneceram no campo, quanto os que estão chegando na cidade e não tem uma especialização que o mercado exige.
https://feab.wordpress.com/2015/12/03/dia-internacional-de-luta-contra-os-agrotoxicos/

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