10/03/2017

* 2017 - Dia das Sociedades Amigos de Bairros

Os movimentos comunitários têm suas origens muito antes do século XIX com os países europeus, onde eclodia a “Revolução Industrial”. As migrações se intensificavam. Os desempregos cresciam absurdamente e as condições de vida ficavam, cada vez mais, piores para os nativos do campo e os desempregados surgidos com o advento da máquina substituidora do trabalho manufatureiro das indústrias têxteis da época. Tudo isto, juntou-se em ideologias e práticas revolucionárias contra aquela situação que massacrava o povo daquele momento. Diante disto, o povo sentiu a necessidade de união, de uma liderança que lutasse em favor de seus direitos, portanto, nasceram as associações de classe. No caso brasileiro, as associações de classes surgiram com os migrantes europeus por volta de 1930.
A primeira entidade de classe fundada no Brasil foi a Sociedade de Amigos da Cidade-SAC, que tinha como objetivos a construção de metrôs e a abertura de grandes avenidas na grande São Paulo. A SAC foi fundada mais exatamente no ano de 1934, com grande participação na emancipação política da capital paulistana, isto no final de 1940 e início de 1950. O primeiro regimento interno da SAC tem sua data de 1936. A SAC pretendia, além do mais, participar do plano geral da cidade que crescia a uma taxa muito rápida e desordenada. Diante deste emaranhado de dificuldades que passava o povo paulista, a necessidade de uma integração comunitária crescia e a SAC já reunia um número bastante significativo de filiados capazes de exigir das autoridades governamentais um maior empenho naquilo de que o povo precisava para uma melhora no seu bem-estar social.
A primeira reivindicação do povo paulista liderado pela SAC foi a preservação do Parque da Mooca, no ano de 1936. A SAC foi inspirada no modelo que estava em voga em Buenos Aires, capital da Argentina. É importante lembrar que o primeiro Presidente da SAC foi o ex-Prefeito de São Paulo, Prestes Maia, com grande participação no soerguimento do movimento popular reivindicatório no país. Não sabe o fato exato da extinção da SAC, mas afirma-se convincentemente que em 1942 criava-se a Sociedade de Amigos do Bairro de São Bernardo do Campo, com uma participação tão ativa que no ano de 1948, São Bernardo do Campo conseguia a sua emancipação política municipal, vindo a constituir-se num Município livre e obviamente independente. A SAB de São Bernardo do Campo passou a ser um recurso poderoso para o povo fazer as suas reivindicações e exigir das autoridades os melhoramentos necessários de que a cidade estava carecendo, isto é, maior apoio ao migrante do campo, ou da cidade; melhores condições de vida; arborização da cidade; abastecimento d’água; em fim, estruturar a cidade condigna de sua população. As reivindicações dos bairros deverão ter a participação de toda a comunidade, para que se tenha coragem e força para exigir dos governantes o de que se necessita. Quer-se a participação de toda a comunidade em todos os trabalhos que se tenha de realizar. A população deve se conscientizar de que o trabalho da SAB é um trabalho que deve ser executado por todos e não especificamente pelos seus Diretores, pois todos juntos constituem-se os organizadores do movimento.
A SAB é intermediária entre as reivindicações comunitárias e os órgãos públicos e não se devem assumir determinadas tarefas que a comunidade não delegou poderes para poder resolvê-las. A SAB é a vossa porta-voz e vós sois, em união, a força máxima do bairro. Portanto, comunitários, é preciso união e com uma só voz e força, exigir dos governantes o melhor para os bairros da cidade!
https://homenagemdodia.wordpress.com/2009/03/09/09-de-marco-dia-das-sociedades-de-amigos-de-bairro/

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