Argentina, Brasil,
Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção,
com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do
Tratado de Assunção é a integração dos Estados Partes por meio da livre
circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma
Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação
de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas
áreas pertinentes.
A configuração
atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Preto,
assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de
direito internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para
negociar, em nome próprio, acordos com terceiros países, grupos de países e
organismos internacionais. O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo
regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do comércio
intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros
comerciais. São Estados Associados do MERCOSUL a Bolívia (em processo de adesão
ao MERCOSUL), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador
(desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em
2013. Com isso, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL,
seja como Estados Parte, seja como Associado.
O aperfeiçoamento
da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Como passo
importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações
para a conformação do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
Na última década, o
MERCOSUL demonstrou particular capacidade de aprimoramento institucional. Entre
os inúmeros avanços, vale registrar a criação do Tribunal Permanente de Revisão
(2002), do Parlamento do MERCOSUL (2005), do Instituto Social do MERCOSUL (2007),
do Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (2009), bem como a
aprovação do Plano Estratégico de Ação Social do MERCOSUL (2010) e o
estabelecimento do cargo de Alto Representante-Geral do MERCOSUL (2010).
Merece especial
destaque a criação, em 2005, do Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL, por meio do qual são financiados projetos de convergência estrutural
e coesão social, contribuindo para a mitigação das assimetrias entre os Estados
Partes. Em operação desde 2007, o FOCEM conta hoje com uma carteira de projetos
de mais de US$ 1,5 bilhão, com particular benefício para as economias menores
do bloco (Paraguai e Uruguai). O fundo tem contribuído para a melhoria em
setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa, biossegurança,
capacitação tecnológica e aspectos sanitários.
O Tratado de
Assunção permite a adesão dos demais Países Membros da ALADI ao MERCOSUL. Em
2012, o bloco passou pela primeira ampliação desde sua criação, com o ingresso
definitivo da Venezuela como Estado Parte. No mesmo ano, foi assinado o
Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL, que, uma vez ratificado pelos
congressos dos Estados Partes, fará do país andino o sexto membro pleno do
bloco.
Com a incorporação
da Venezuela, o MERCOSUL passou a contar com uma população de 270 milhões de
habitantes (70% da população da América do Sul); PIB de US$ 3,2 trilhões (80%
do PIB sul-americano); e território de 12,7 milhões de km² (72% da área da
América do Sul). O MERCOSUL passa a ser, ainda, ator incontornável para o
tratamento de duas questões centrais para o futuro da sociedade global:
segurança energética e segurança alimentar. Além da importante produção
agrícola dos demais Estados Partes, o MERCOSUL passa a ser o quarto produtor
mundial de petróleo bruto, depois de Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos.
Em julho de 2013, a
Venezuela recebeu do Uruguai a Presidência Pro Tempore do bloco. A Presidência
Pro Tempore venezuelana reveste-se de significado histórico: trata-se da
primeira presidência a ser desempenhada por Estado Parte não fundador do
MERCOSUL.
Na Cúpula de
Caracas, realizada em julho de 2014, destaca-se a criação da Reunião
de Autoridades sobre Privacidade e Segurança da Informação e
Infraestrutura Tecnológica do MERCOSUL e da Reunião de Autoridades de
Povos Indígenas.Uma das prioridades da Presidência venezuelana, o foro indígena
é responsável por coordenar discussões, políticas einiciativas em
benefício desses povos. Foram também adotadas, em Caracas,
as Diretrizes da Política de Igualdade de Gênero do MERCOSUL, bem como e o
Plano de Funcionamento do Sistema Integrado de Mobilidade do MERCOSUL
(SIMERCOSUL). Criando em 2012, durante a Presidência brasileira, o
SIMERCOSUL tem como objetivo aperfeiçoar e ampliar as iniciativas de
mobilidade acadêmica no âmbito do Bloco.
No segundo semestre
de 2014, a Argentina assumiu a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL. Entre os
principais resultados da Cúpula de Paraná, Argentina, destacam-se:
a assinatura de Memorando de Entendimento de Comércio e Cooperação Econômica
entre o MERCOSUL e o Líbano; a assinatura de acordo-quadro de Comércio e
Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e a Tunísia; e a aprovação do regulamento
do Mecanismo de Fortalecimento Produtivo do bloco.
Em 17 de dezembro
de 2014, o Brasil recebeu formalmente da Argentina a Presidência Pro Tempore do
MERCOSUL, que será exercida no primeiro semestre de 2015.
Composição do Bloco
Todos os países da
América do Sul participam do MERCOSUL, seja como Estado Parte, seja como Estado
Associado.
Estados Partes:
Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (desde 26 de março de 1991) e Venezuela
(desde 12 de agosto de 2012).
Estado Parte em
Processo de Adesão: Bolívia (desde 7 de dezembro de 2012).
Estados Associados:
Chile (desde 1996), Peru (desde 2003), Colômbia, Equador (desde 2004), Guiana e
Suriname (ambos desde 2013).
Objetivos
O MERCOSUL tem por
objetivo consolidar a integração política, econômica e social entre os países
que o integram, fortalecer os vínculos entre os cidadãos do bloco e contribuir
para melhorar sua qualidade de vida.
Princípios
O MERCOSUL visa à
formação de mercado comum entre seus Estados Partes. De acordo com o art. 1º do
Tratado de Assunção, a criação de um mercado comum implica:
·
livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países
do bloco;
·
estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política
comercial conjunta em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e
a coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais;
·
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados
Partes;
·
compromisso dos Estados Parte em harmonizar a legislação nas áreas
pertinentes, a fim de fortalecer o processo de integração.
Dados Básicos
1. Território
O MERCOSUL responde
por 71,8% (12.789.558 km²) do território da América do Sul. Possui cerca de 3
vezes a área da União Europeia.
Fonte: IBGE países
(http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php)
http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul
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