Em 16 de março é
celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A
data chama a atenção da população para essa questão e também para a necessidade
de ações que reduzam o impacto dessas mudanças sobre a Terra. O aumento da
emissão de gases de efeito estufa (GEEs), como o dióxido de carbono (CO2), é
considerado a principal causa do aquecimento global e das mudanças no clima.
Estudos do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU),
apresentados ainda em 2013, comprovaram que a ação humana tem intensificado e
provocado essas mudanças, principalmente por conta da emissão em excesso de
GEEs, seja por queima de combustíveis fósseis para geração de energia ou por desmatamento.
Juntamente com toda a degradação ambiental, a perda de biodiversidade e o
desgaste dos recursos naturais no mundo, a emissão desses gases têm causado
efeitos importantes na vida do planeta.
Já é possível constatar nos últimos
anos elevação do nível do mar, derretimento de geleiras, intensificação de
tempestades, dos períodos chuvosos e de secas, entre outros fenômenos, que já
vêm afetando a vida de milhares de pessoas no mundo. Aliás, os cientistas do
IPCC já comprovaram o aumento de 0,8 graus a temperatura média da Terra nos
últimos anos e indicam que ela aumentar até 1,5 graus, se as ações de combate
às emissões não forem suficientes para reduzir essa elevação.
Perceber a
natureza como parte importante do cotidiano de uma cidade é o primeiro passo
para compreendermos a necessidade de mudanças no comportamento humano frente
aos recursos naturais cada vez mais escassos. A falta de áreas verdes e a
poluição por emissões de veículos e indústrias, por exemplo, contribuem com os
efeitos das mudanças climáticas, bem como afetam diretamente a qualidade de
vida das pessoas principalmente nos grandes centros urbanos. A relação das
árvores com o bem estar coletivo é direta.
A perda de cobertura vegetal afeta
tanto zona rural como zonas urbanas, estabelecendo um ciclo de ação e
consequência. Já é sabido que um dos impactos das mudanças climáticas é a
intensificação de períodos de seca e períodos de chuva, que desequilibram o
ambiente e o clima. Além disso, a perda de árvores nativas faz com que se
percam também os chamados “serviços ecossistêmicos” prestados pela natureza,
como regulação das chuvas, manutenção da boa qualidade do ar, além da produção
de água em quantidade e qualidade. Na área urbana, a escassez de áreas verdes e
intensa ocupação, com construções e impermeabilização de áreas, “sufocam” as
áreas verdes que ainda sobrevivem. A mistura de altas temperaturas, elevadas
emissões de gases de efeito estufa e falta de áreas verdes faz com que se
formem “ilhas de calor” nas cidades. Isso afeta o dia a dia de toda a
população, ocasionando, entre outros problemas mudanças significativas na
qualidade do ar.
Nas áreas rurais, a falta de árvores e de cobertura florestal
(principalmente em locais de proteção ambiental com nascentes e corpos d´água)
causa desgaste do solo, erosão e a consequente falta de água. Com o solo
empobrecido pela falta de vegetação, mesmo em tempos chuvosos, o solo não
consegue absorver quantidade suficiente de água, alimentar nascentes, rios e
córregos, e nem armazená-la. Na natureza, tudo está interligado. Por isso, que
tal olhar mais e cuidar mais das árvores ao seu redor? No campo ou na cidade
elas são extremamente importantes para um ar mais limpo, a produção de água
mais pura e em quantidade, a manutenção de um ambiente equilibrado, a produção
de alimentos, o hábitat de importantes espécies da fauna, a manutenção e
regulação do clima, entre outros elementos fundamentais para a vida de todos. Como
colaborar? A necessidade de se reduzir emissões de gases de efeito estufa é
urgente, com vistas a evitar um aumento ainda maior da temperatura do planeta.
As formas apontadas para isso são a ampliação do uso de energias renováveis,
melhoria na eficiência energética, nos transportes principalmente em grandes
centros urbanos, além de reduzir o desmatamento. O cidadão comum pode
contribuir para a redução do aquecimento global e para um melhor enfrentamento
das mudanças climáticas. Utilizar os recursos naturais com responsabilidade;
fazer melhores escolhas ao consumir bens, produtos e serviços (consumir com
consciência e apoiar iniciativas de carbono neutro, por exemplo) e dar
prioridade a atividades que reduzam a emissão de gases de efeito estufa
(reduzir o consumo de energia é uma delas) são importantes para colaborar na
busca pela solução do problema que afeta a todos. No Brasil, a maior parte das
emissões de GEEs na atmosfera é causada pelo desmatamento. Quando se desmata
uma floresta, seja por corte ou queimadas, há liberação de uma grande
quantidade de carbono na forma de CO2 para a atmosfera. As florestas são
grandes depósitos de carbono, inclusive o solo.
Por esta razão, manter as
florestas de pé e recompor áreas desmatadas é um importante mecanismo de
contribuição para a mitigação dos efeitos do aquecimento global na Terra, além
de contribuir para a manutenção dos serviços ecossistêmicos – responsáveis por
diversos benefícios que garantem as condições e processos para a vida e que, de
maneira direta ou indireta, contribuem para a sobrevivência e o bem-estar
humano, como regulação climática e hídrica, conservação da biodiversidade,
fertilidade dos solos e ciclagem de nutrientes, polinização, belezas cênicas e
outros. Veja alguns projetos do IPÊ que colaboram com a restauração florestal
e, consequentemente com a mitigação dos efeitos do efeito estufa: Semeando
Água, Nascentes Verdes, Rios Vivos; Corredores da Mata Atlântica. http://www.amambainoticias.com.br/geral/16-de-marco-dia-nacional-da-conscientizacao-sobre-as-mudancas-climaticas
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