No dia 17 de junho,
comemora-se o Dia da Medicina Veterinária no Exército Brasileiro, em homenagem
ao seu Patrono, o Tenente-Coronel Médico João Muniz Barreto de Aragão, que
nasceu nessa data, filho do Barão de Mataripe, no ano de 1874, em Santo Amaro,
Bahia. O Tenente-Coronel Muniz de Aragão prestou inestimáveis serviços à
Veterinária, ao Exército e à Nação brasileira, deixando, também, como legado,
uma vida dedicada à ciência e à carreira das Armas. O brilhante médico-soldado
teve reconhecido o trabalho de 21 anos, durante os quais se empenhou para a
formação dos primeiros quadros de Veterinária do Exército. Em Decreto-Lei, de
dezembro de 1940, foi instituído Patrono do Serviço de Veterinária do Exército
Brasileiro. Ainda estudante, Muniz de Aragão participou, como voluntário, da
Campanha de Canudos, quando colheu inúmeros ensinamentos que muito o
auxiliariam ao longo de sua carreira. Em 1901, já formado médico-cirurgião,
ingressou no Corpo de Saúde do Exército, destacando-se no combate às zoonoses
que assolavam a tropa e desenvolvendo seus trabalhos no Instituto de Biologia
do Exército e no Instituto Oswaldo Cruz. Produziu trabalhos memoráveis e
relevantes como o artigo "A distribuição da água aos exércitos em marchas
e em operações", publicado no Boletim da Sociedade Médico-Cirúrgica
Militar em 1917. Nos início do Século XX, no contexto da Missão Militar Francesa,
o Brasil recebeu oficiais veterinários que debelaram os surtos e ajudaram na
criação de um curso de medicina veterinária.
O então Cap Muniz de Aragão,
reconhecido por sua atuação na luta contra as epidemias que se alastravam na
população e na tropa, foi indicado para a idealização e a implementação da
Escola de Veterinária do Exército (EsVEx). Em 17 de julho de 1914, o Exército,
na vanguarda do conhecimento científico, inaugurou a Escola de Veterinária,
pioneira no Brasil, seguindo os exemplos dos Exércitos da Inglaterra e da
França. Na EsVEx, Muniz de Aragão foi instrutor e o primeiro diretor. Sempre
atento às necessidades da Força, criou e dirigiu o Serviço de Defesa Sanitária
Animal, embrião do que viria a ser o Serviço de Inspeção Federal do Ministério
da Agricultura, e redigiu o primeiro Código Sanitário Animal, que abriu os
frigoríficos do Brasil para a exportação e impulsionou a agroindústria do
pós-guerra. Em 16 de janeiro de 1922, aos 47 anos de idade, devido a uma
síncope cardíaca, veio a falecer o médico-cirurgião, que sensibilizado com as
epidemias dentro e fora da caserna, idealizou e criou o Serviço de Veterinária
do Exército e do Ministério da Agricultura. Na década de 80, a EsVEx foi
fechada. Porém, a extinção da Escola não significou o fim do veterinário nas
fileiras do Exército. Após quase 20 anos, a formação do oficial veterinário de
carreira foi reativada em 1992, na Escola de Administração do Exército, hoje
denominada Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), localizada em Salvador,
Bahia.
A EsFCEx forma, no período de um ano, como oficial do Exército, o jovem
veterinário recém-egresso, motivando-o ao aprendizado contínuo e dotando-o de
conhecimentos científicos, competências, habilidades, valores e atitudes que o
capacitam a desempenhar, com segurança, as missões de proteção da tropa em
tempo de paz ou em combate, em todo o território nacional e no exterior.
A
Veterinária Militar evoluiu ao longo da história dos conflitos, adaptando-se às
novas características de combate. Hoje, os médicos veterinários da Força
Terrestre atuam em diversas frentes, nos mais de 600 quartéis pelo Brasil ou
nas Missões de Paz da Organização das Nações Unidas em outros continentes,
desempenhando missões que incluem:
– as atividades de
biossegurança nas operações militares;
– a inspeção e a
vigilância sanitária de alimentos;
– o controle da
qualidade da água;
– a contribuição para a
defesa nacional frente aos riscos biológicos emergentes e ao bioterrorismo;
– o estudo da fauna e a
contribuição para a preservação do meio ambiente;
– a preservação da
saúde dos animais de emprego militar;
– a inspeção de
instalações;
– o apoio às ações
cívico-sociais;
– o apoio a grandes
eventos realizados no Brasil, como os Jogos Mundiais Militares, a Copa das
Confederações, a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos;
– a produção de
imunobiológicos;
– a prevenção das
zoonoses; e
– o controle da
população de vetores e roedores.
Neste 17 de junho,
prestamos a justa homenagem ao Tenente-Coronel Muniz de Aragão, cujo exemplo e
ideais inspiram as ações e fortalecem o entusiasmo dos cerca de 200 médicos
veterinários do Exército Brasileiro. Desejamos que todos se empenhem em busca
do engrandecimento da Medicina Veterinária, colocando-a a serviço da
"proteção da Força" e da preservação do potencial humano do Exército,
tanto em tempo de paz quanto nas operações militares.
http://www.eb.mil.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/IZ4bX6gegOtX/content/dia-da-veterinaria-militar
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