O dia internacional da
tartaruga marinha é celebrado em 16 de junho, em homenagem ao nascimento do Dr.
Archie Carr. Na década de 50, ele começou a trabalhar na conservação das
tartarugas marinhas em Tortuguero, na Costa Rica, e se tornou um dos mais importantes
pesquisadores da área. Através de seus estudos e escritos, é responsável por
grande parte do que se conhece sobre a biologia e o ciclo de vida destes
animais.
O “pai” das tartarugas marinhas criou em 1959 o Caribbean Conservation
Corporation (agora Sea Turtle Conservancy), o mais antigo grupo de pesquisa e
conservação de tartarugas marinhas do mundo. Para os conservacionistas, Carr
foi um dos grandes heróis do século XX, considerado pioneiro biólogo,
ecologista e escritor da Natureza por ter colocado em prática uma campanha
internacional para proteger as espécies de tartarugas marinhas pelo mundo, que
se tornou modelo para outras que se seguiram.
Seu bom humor, além de sua obra
original e pioneira referenciada em todo o mundo, é uma das características
lembradas por aqueles que o conheceram e o consideram um biólogo carismático e
moderno. Em seu livro The Windward Road: Adventures of a Naturalist on Remote
Caribbean Shores (1956), chamou pela primeira vez a atenção internacional para
a difícil situação a que estavam expostas as tartarugas marinhas. Vários grupos
pelo mundo promovem no dia de seu nascimento atividades para favorecer a
divulgação do conhecimento sobre a conservação dessas espécies.
Estudiosos
ressaltam de seu trabalho, além do pioneirismo, os esforços de desenvolvimento
da Ciência, de pesquisa e conservação, em 50 anos de carreira, que refletem a
evolução da tradição naturalista. Doutor em zoologia pela Universidade da
Flórida, em 1937, Carr permaneceu como professor da Universidade até o fim da
vida. Predomina em sua obra a taxionomia (classificação sistemática de plantas
e animais). Ele descreveu inúmeras espécies e subespécies desconhecidas, e
entre 1945 e 1949, ensinou biologia em Honduras, o que deu a ele a oportunidade
de estudar a vida selvagem da América Central – e de encontrar as tartarugas
marinhas, que se tornaram o trabalho de sua vida.
“Desde um ponto de vista
conservacionista, talvez sua maior descoberta tenha sido o fato de que a praia
chamada Tortuguero, na Costa Rica, é o mais importante local de desova da
tartaruga verde (Chelonia mydas) de todo o hemisfério ocidental”, comenta
Frederick Rowe Davis, no livro The Man Who Saved Sea Turtles: Archie Carr and
the Origins of Conservation Biology (2007). Carr constatou que as fêmeas de
tartaruga verde viajavam por todo o Caribe e retornavam para desovar em
Tortuguero.
Ao proteger uma praia, Carr demonstrou como é possível salvar da
extinção uma população inteira. Através da Caribbean Conservation Corporation
foi reconhecido como maior autoridade em tartarugas marinhas do mundo. Estudos
subsequentes na África oriental, Papua Nova Guiné, Austrália e inúmeras outras
localidades, popularizaram sua mensagem de cooperação para a conservação desses
animais ameaçados de extinção.
Dr. Archie Carr escreveu 10 livros sobre a
natureza, entre eles dois que foram fundamentais e de grande aceitação, segundo
Davis, para a disseminação da mensagem conservacionista para as massas: o de
56, The Windward Road, e outro em 64, Ulendo: Travels of a Naturalist In and
Out of Africa. Para Davis, autor do livro que evidencia o trabalho consagrado
do pesquisador, o Dr. Carr conseguiu com seu jeito amigável e nada ameaçador
interagir com pescadores locais e com caçadores de tartarugas marinhas, além de
construir alianças significativas com governos e apoiadores para a conservação
desses animais pré-históricos. Seus estudos e escritos permanecem atuais até
hoje.
http://tamar.org.br/noticia1.php?cod=359
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