O
pintor se aproxima da paisagem para explorar os limites do olhar, seduzido pela
coisa e a possibilidade de inventar uma imagem ou um horizonte, um lugar
distante daquilo que entendemos como realidade, capaz de reter a contemplação.
Dia
da Pintura
De
fundo ou cenário para alguma coisa acontecer, a paisagem tornou-se o lugar das
satisfações e curiosidades do olhar.
É
preciso se desacostumar de uma forma habitual de ver o mundo, como fez Leonardo
da Vinci, e olhar as coisas com uma paixão e uma racionalidade que esfacelam a
idéia de uma percepção natural, sem a influência do pensamento.
A
pintura é a possibilidade de uma idéia ou de um saber sobre a paisagem.
Reproduzir
a aparência das coisas era a essência da arte, contemplava-se o quadro como se
estivesse diante de uma janela ou de um espelho.
Estamos
sempre relacionando tudo que vemos com a nossa carência de olhar, nos
apropriamos das cenas vazias dando-lhes o sentido que nos pareça conveniente,
para insinuar uma comunicação sem a interferência do raciocínio.
Mas
o artista quer ir mais longe; enfrenta as aventuras da imagem, olha para dentro
das coisas e procura no fundo da paisagem, o que não se vê, à distância.
Ao
transformar a paisagem em pintura o pintor quer revelar a intimidade do mundo.
Fonte: A Fonte - arte e
crítica
http://observatoriocomunitario.blogspot.com.br/2015/08/dia-da-pintura-11-de-agosto.html
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