Sonia Time*
A doença hemorroidária
é um problema que afeta diretamente a qualidade de vida da população. É causada
pela dilatação das veias que ficam na região do ânus, podendo ser internas ou
externas, e apresentar os seguintes sintomas: prurido (coceira), dor e sangramento.
De ocorrência comum, é causada por razões hereditárias, e condições que
interfiram com a circulação pélvica, como gravidez, cirrose, alterações
intestinais, entre outras. A doença hemorroidária atinge milhares de pessoas e
a estimativa é de que metade da população possa sofrer com o problema em algum
momento da vida, independente de idade e sexo. Muitas pessoas que sofrem de
hemorroidas não procuram ajuda médica, seja por constrangimento ou receio de
serem operadas, já que o pós-operatório da cirurgia tradicional é conhecido por
ser bastante doloroso.
Atualmente conta-se com uma técnica cirúrgica criada por
médicos italianos, que é a Desarterialização Hemorroidária Transanal guiada por
Doppler (THD). O método resolve o problema de forma mais precoce e menos
dolorosa. A técnica oferece muitas vantagens ao paciente. Além de ser realizada
sem cortes, a THD proporciona rápida recuperação e baixo risco de complicações
pós-operatórias, tanto que a pessoa pode retornar às atividades diárias em
poucos dias, enquanto que o período de recuperação da cirurgia convencional é
bem maior, podendo levar mais de 30 dias. A grande diferença entre a THD e as
técnicas convencionais é que estas últimas são mais invasivas e agressivas, uma
vez que incluem cortes com bisturi ou utilização de grampeadores para excisão
das hemorroidas, o que invariavelmente provoca muita dor no pós-operatório,
sangramento, secreção, além de maior risco de trombose e hemorragia nas áreas
incisadas.
A THD também é realizada em ambiente hospitalar e sob anestesia,
embora na maioria dos casos, o paciente receba alta no mesmo dia. Apesar de ser
uma técnica recente, os primeiros estudos apontam que ela oferece os mesmos
índices de sucesso que as cirurgias tradicionais, com menos complicações pós-operatórias,
menos dor e recuperação muito mais precoce. A cirurgia é realizada por um
anuscópio acoplado a um Doppler (equipamento de ultrassom que mede o fluxo
sanguíneo), identificando a pulsação da artéria que nutre as veias inchadas.
No
procedimento, o cirurgião costura a artéria em um ponto específico, com uma
agulha que passa pelo interior do equipamento, reduzindo o fluxo de sangue para
as veias inchadas, curando a doença.
*Dra. Sonia Time,
coloproctologista do Hospital VITA, e pioneira na implantação da técnica no
Paraná. Fonte:
http://comportamentosaudavel.blogspot.com.br/
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