Foi instituído
oficialmente, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), o “Dia Nacional da
Família na Escola”, a ser comemorado no País todo dia 24 de abril. Traz o lema:
“Um dia para você dividir responsabilidades e somar esforços”. Será realizado
oficialmente duas vezes ao ano, como estratégia de reforço à importante
presença da família na escola. Elas irão discutir o rendimento escolar do filho
e a própria administração escolar. Trata-se de um instrumento simbólico que tem
a finalidade de aproximar a comunidade da escola, integrando-as. As escolas
foram orientadas de como organizar esse dia. As sugestões oficiais falam em
atividades de visita por um período de três horas, com a proposição de se planejar
um momento em que pais e professores meditem a escola de ontem, a escola de
hoje, contando passagens de suas vidas de estudantes, como eram, como se
sentiam enquanto alunos e que lembranças trazem da escola.
O Dia Nacional da
Família na Escola não é uma ação isolada; faz parte de um conjunto de atos
previstos no próprio Regimento Escolar, quando fala, especialmente, do Conselho
de Escola, sua instância maior de decisões, em que a presença de pais é
obrigatória, ou a Associação de Pais e Mestres.Encontros da escola com a
comunidade facilitam o conhecimento do bairro, das comunidades de base,
pastorais ou sociais, das ONGs, das entidades cívicas. Esses encontros
propiciam uma atualizada orientação pedagógica, que encaminha a aprendizagem
para uma contextualização do currículo, a uma filosofia da educação que pede
o desenvolvimento integral do aluno, o
conhecimento de sua realidade de vida, de seu cotidiano, de seu ambiente
familiar e social, de seus desejos e aspirações. A presença dos pais na escola, além de
colaborar com os múltiplos aspectos escolares, inclusive o disciplinar, é uma
valiosa ferramenta para o professor se achegar ao aluno, conhecê-lo bem,
compreendê-lo, ajustar o processo pedagógico, fazer com que a aprendizagem se
torne concreta. A escola deve se preparar convenientemente para esse dia,
passar à comunidade, aos pais, a necessidade de luta conjunta, de apoio mútuo,
de união, para que possam vencer as barreiras e trazer benefício aos alunos.
Compete à escola mostrar aos pais, muitas vezes sem nenhuma escolaridade ou com
escolaridade mínima, a importância hoje do saber. A colocação no mercado de
trabalho está diretamente relacionada aos anos de escolaridade, à competência
profissional. Estamos na era do conhecimento, por isso, não basta ao aluno frequentar
a escola; é preciso se dedicar, estudar, aprender, e, nesse particular, os pais
podem ajudar e muito. Essa é uma oportunidade a mais para a escola explicar aos
pais seus objetivos educacionais, os seus métodos de ensino, inteirá-los do
processo ensino-aprendizagem adotado. Ocasião propícia para se redimir de
procedimentos anteriores, quando só se chamavam os pais para fazer-lhes
observações negativas a respeito do filho, do mau aproveitamento ou do mau
comportamento. Em muitos de meus artigos tenho frisado a importância da
presença dos pais na escola, no fortalecimento dos objetivos escolares que essa
presença traz. Quando pais e mestres se encontram, quando firmam,
conjuntamente, compromisso com o sucesso, o resultado é auspicioso. Devem,
pois, manter um relacionamento contínuo, ao longo do ano, em ações cotidianas,
respeitando a realidade da família e da escola. Vivemos um momento social
difícil, conturbado, e isso reflete, direta ou indiretamente, na sala de aula,
na vida escolar.
O perfil da família está mudando, lares desfeitos, só com o
pai ou, mais freqüentemente, só com a mãe, gerando conflitos, repercutindo no
comportamento dos filhos. Conhecer a realidade familiar é fator relevante na
superação das dificuldades apresentadas pelos alunos. A aproximação com os
problemas do bairro, com os problemas da família, não isola a escola, não faz
dela uma entidade abstrata, alienadora, mas, sim, real, capaz de construir, de
interferir, de oferecer um ambiente de paz, de altruísmo, de combate à
violência. Recente pesquisa do IBGE comprovou que a violência é a principal
causa de morte de jovens no Brasil e nós sabemos que esta violência vem se
infiltrando cada vez mais nas escolas. Por essa e por tantas outras razões, a
escola necessita estar afinada à realidade que a cerca, buscando a colaboração
da família. Através de avaliações oficiais, do
Sistema de Avaliação
da Educação Básica (Saeb), constatou-se que em
localidades pobres, de baixa renda, em que os pais freqüentam a escola, em que
pais e professores se conhecem, dialogam, o rendimento escolar é melhor, as
notas dos alunos são superiores a
de outras escolas, em situações socioeconômicas
semelhantes. A escola só alcança sua verdadeira identidade, uma aprendizagem
efetiva, quando se insere em seu meio social, quando abre espaço para uma
crescente integração escola-comunidade, escola-família.
http://www.izabelsadallagrispino.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1173
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