A viola,
instrumento de cordas parecido com o violão na forma e na sonoridade, foi
trazida para o Brasil pelos jesuítas para fazer parte da orquestra típica de
catequese. Portanto, as raízes do ritmo rural estão no início de nossa
colonização. Chamada “moda de viola”, a música sertaneja fazia parte apenas da
vida do peão de boiadeiro, do tropeiro e da vida solitária do sertanejo, que
tinha um pouco de tristeza, melancolia e mistério.
Aos poucos, esse estilo musical
passou a animar os bailes populares brasileiros, de norte a sul. A música
sertaneja popular só apareceu no Brasil no século XVIII, como expressão
cultural das populações das cidades coloniais do Rio de Janeiro e de Salvador.
Com grande variedade de gêneros e ritmos regionais, essa música reflete a
diversidade cultural do país. Desde a sua origem, mistura elementos da canção
folclórica e erudita, incorpora e transforma ritmos estrangeiros. Por isso,
todas as composições desse período têm autor desconhecido. A partir do início
do século XIX, os compositores-cantores ganharam destaque. Surgiram Chiquinha
Gonzaga e Viriato Correia, dentre outros. Catulo da Paixão Cearense, poeta e
compositor conseguiu, com sua música “Luar do sertão”, transportar para a cidade
a visão do mundo do sertanejo.
Em 1910, o folclorista, jornalista, poeta,
cantor e escritor Cornélio Pires financiou e gravou o primeiro disco de música
caipira, mobilizando cantores e compositores para divulgarem nas cidades a moda
da viola. A partir de 1920, começaram a aparecer as primeiras duplas
sertanejas, destacando-se a de Jararaca e Ratinho, em 1927. O estilo do
interior paulista fez sucesso com a Turma Caipira de Cornélio Pires, formada
por cantores e violeiros, em 1929. A participação do rádio brasileiro como o
único veículo de informação para todo o interior brasileiro popularizou as
conhecidas duplas Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco e outras.
A nova
música sertaneja assumiu a era da globalização entre as décadas de 1970 e 1980,
em que valia tudo, principalmente o lucro das gravadoras. As chamadas “duplas
caipiras” buscaram uma nova imagem que fosse a mistura de hábitos e costumes da
pessoa que havia deixado o campo e tentava se adaptar à modernidade das grandes
cidades, seguindo a tendência mundial do country americano. Contudo, a música
sertaneja resistiu. A criação do programa Som Brasil, da Rede Globo de
Televisão, apresentado pelo violeiro e cantador Rolando Boldrin, foi muito
importante nesse momento. Foi também marcante a presença do cantor e compositor
Renato Teixeira; com a música Romaria, se fez um elo entre o sertão e a cidade.
De fundamental importância para esse resgate foi também a dupla Pena Branca e
Xavantinho, que jamais abandonou a sua verdadeira origem caipira. Hoje, mais do
que nunca, estão se fortalecendo pelo país movimentos de preservação da
identidade cultural por meio da música sertaneja, mediante compositores e
cantores como Helena Meireles, Chico Lobo, Paçoca, Zé Mulato e Cassiano, mestre
Renato Andrade, Ivan Vilela, Téo Azevedo, Jackson Antunes, Almir Sater e Tião
Carreiro.
*Paulinas Online
http://blogdoeloiltoncajuhy.com.br/site/13-de-julho-dia-mundial-do-rock-e-dia-do-cantor-e-compositor-sertanejo/
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