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Por Tufi Dippe Júnior*
Médicos, especialmente cardiologistas, orientam
diariamente seus pacientes para que evitem ou diminuam a ingestão de certos
alimentos que poderiam aumentar o risco de morte ou complicações
cardiovasculares como o infarto do miocárdio (ataque cardíaco). No entanto,
qualquer orientação médica deve ser respaldada por fundamentos científicos, ou
seja, baseada em estudos que comprovem benefícios ou malefícios à saúde
cardiovascular de um determinado alimento.
Neste aspecto, a primeira diretriz da Sociedade Brasileira
de Cardiologia sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular, nos trouxe
uma grande contribuição, inclusive desmistificando alguns conceitos errôneos
sobre a ingestão de determinados alimentos ricos em gordura.
Além do seu valor calórico, os alimentos são compostos
por uma complexa combinação de macronutrientes (proteínas, carboidratos e
gorduras) e micronutrientes (vitaminas e sais minerais). A carne vermelha tem
sido apontada como uma vilã para a saúde cardiovascular por apresentar concentrações
consideráveis de colesterol, gordura saturada e gordura total.
Abaixo 10 fatos sobre a carne vermelha e a saúde
cardiovascular:
1- As carnes vermelhas habitualmente consumidas são uma
importante fonte de proteínas de alto valor, vitaminas do complexo B e ferro de
fácil absorção pelo organismo, quando comparadas aos alimentos vegetais.
2- Em uma dieta saudável, a ingestão de carne vermelha
não é obrigatória, desde que outras fontes alimentares destes nutrientes
citados acima estejam prontamente disponíveis na dieta.
3- Ao contrário do que muitos pensam, o valor do
colesterol, independentemente do tipo de carne ou de preparo, não varia
significativamente. Os maiores teores de colesterol entre todas as carnes são
observados nas vísceras (fígado, por exemplo), no coração de frango e no
camarão.
4- No entanto, as carnes vermelhas podem fornecer
quantidades significativas de gorduras saturadas, em razão do tipo de animal,
criação do animal e da localização da carne (corte). Quando falamos em carne
vermelha, devemos preferir cortes mais magros como alcatra, patinho, músculo,
colchão mole e filé mignon.
5- Ao se preparar quaisquer tipos de carnes, é necessário
que se remova a gordura aparente, pois a gordura penetra no interior da carne
durante o preparo. Entre os tipos de preparação, deve-se dar preferência ao
grelhado, pois essa técnica evita a reabsorção da gordura pela carne, além de
preferir a carne bem passada, pois a carne mal passada com gordura apresenta
maiores taxas de gordura saturada e, portanto, deve ser evitada. A carne frita
também deve ser evitada.
6- De modo geral, estudos que analisaram o impacto de
dietas com menor consumo de carne vermelha indicaram redução da pressão
arterial e menor risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, ou seja,
existe benefício científico quando passamos a comer carne vermelha com moderação.
7- Vegetarianos apresentam níveis menores de colesterol
sanguíneo, pressão arterial e mortalidade por doenças cardiovasculares, quando
comparados aos indivíduos que comem carne.
8- Os especialistas recomendam o consumo controlado de
carne vermelha (duas ou três vezes por semana), além da restrição de cortes
gordurosos como picanha, fraldinha, cupim e costela. Por exemplo, a costela tem
cerca de 4 vezes mais gordura que o patinho.
9- Um grande estudo europeu relacionou o consumo de
carnes processadas, como linguiça, salsicha, salame e bacon, a um aumento do
risco de morte, doenças cardiovasculares e câncer. Os autores do estudo
observaram que o risco de morte por câncer e doenças cardiovasculares aumentava
em 11% e 30% respectivamente, quando o consumo de carnes processadas era de 50
gramas ou mais por dia.
10- Finalizando, devemos lembrar do velho ditado popular:
"a diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Aprecie os
prazeres da carne vermelha com moderação, priorizando as boas escolhas no seu
dia a dia.
Fonte do texto:
Blog Comportamento Saudável
http://comportamentosaudavel.blogspot.com.br/
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