O peão de Boiadeiro é
uma figura marcante, muito bem explorada pela literatura, tipo humano
verdadeiramente legendário. O boi em pé foi o primeiro produto exportado por
Goiás, tão secaram-se seus veios auríferos. A economia estadual girou, por
longos anos, em torno da pecuária, cuja influência ainda é marcante. No
transporte das boiadas de Goiás para Minas, o peão de boiadeiro assume posição
de grande importância.
Sua função consiste na doma, ou encilhamento de burros e
cavalos xucros para o primeiro galope ou acerto. O rodeio era a festa que
coroava o término bem sucedido de uma dessas longas caminhadas, assinalando a
chegada da comitiva ao ponto de entrega da boiada. Hoje, o peão tornou-se o
artista indispensável nos programas de rodeio realizados em quase todo
território nacional, o centro das atenções do evento, uma vez que a ele cabe
montar e dominar o animal xucro. O rodeio deixou de ser parte apenas do lazer
popular, e se tornou também um acontecimento urbano notável, autônomo e
consagrador do peão de boiadeiro e dos domadores, transformando-se num evento
cheio de atrativos, com lances espetaculares e milionários, prova de que a
tradição não se extinguiu.
Com o tempo adquiriu estilo e caráter próprios,
inclusive no que concerne às vestimentas dos participantes e espectadores. Até
mesmo a linguagem utilizada nesses eventos tem características peculiares, começando
a penetrar no linguajar do povo, como no caso da expressão “Segura, peão!”,
marca registrada dos narradores de rodeio, e que nos últimos tempos tem sido
usada genericamente como brado de apoio e incentivo em qualquer circunstância
que exija esforço ou perícia.
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