O primeiro dia
do ano pelo calendário da Era Comum foi escolhido pela Organização das Nações
Unidas para promover a fraternidade universal. Para todos os povos, é tempo de
recomeçar. A chegada de um ano sempre desperta a expectativa pela abertura de
um novo ciclo, cheio de transformações. essa época, verbos como recomeçar,
reconstruir, repensar e tantos outros “re” parecem fazer mais sentido do que no
restante do tempo. Simpatias e tradições reforçam ainda mais esses significados
em torno da festa: comer lentilha, pular ondas, vestir branco. Ao brindar o
recomeço, além de sorte, também são bem-vindos os desejos de paz e
fraternidade. Em 1968, o papa Paulo VI escreveu uma mensagem lançando a ideia
da comemoração do Dia Mundial da Paz. No texto, sugeria que esta não fosse uma
comemoração exclusivamente católica, mas que ganhasse adesão ao redor do mundo
com “caráter sincero e forte de uma humanidade consciente e liberta dos seus
tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir
mais feliz, ordenado e civil”. Ainda que desde 1981 o Dia Internacional da Paz
seja comemorado em 21 de setembro, a data de 1º de janeiro é reconhecida pela
ONU como o Dia da Confraternização Universal, ou seja, do diálogo e da paz entre os povos.
Novo ciclo
A palavra
francesa Reveillon significa “acordar” e era usada no século 17 para designar
jantares longos e chiques realizados durante o ano. Com o tempo, acabou
popularizando-se como sinônimo da festa de passagem de ano. A comemoração do
Ano-Novo tem sua origem intimamente ligada à natureza. Dois mil anos antes da
era cristã, os antigos babilônios festejavam a entrada de um novo ciclo anual
no início da primavera no hemisfério norte, que equivaleria ao dia 23 de março
do calendário cristão. Nessa época, era feita a plantação de novas safras, daí
a noção de reinício, preservada até hoje. Já os gregos celebravam o início de
um novo ciclo entre 21 e 22 de dezembro, mas o ritual também representava o espírito da fertilidade. A
festa era pelo renascimento anual do deus Dionísius, a quem homenageava-se
desfilando com um bebê em um cesto. Os egípcios comemoravam o Ano-Novo quando a
estrela Sírius surgia no horizonte de Mênfis, a cidade dos primeiros faraós. A
data (16 de julho no calendário cristão) marcava o começo da enchente anual do
rio Nilo.
Datas
diferentes, sentidos iguais
Na China, a
passagem do ano cai no fim de janeiro ou início de fevereiro, porque segue-se o
calendário lunar. Os judeus têm sua celebração de Ano-Novo no primeiro dia do
mês de Tishrei, primeiro mês do calendário judaico (meados de setembro ou
começo de outubro): é o Rosh Hashaná, a “festa das trombetas". Para os
islâmicos, o ano novo cai em maio, pois a contagem islâmica corresponde ao
aniversário da Hégira (que em árabe significa emigração), cujo ano zero
corresponde ao 622 da era cristã, ocasião em que o profeta Maomé deixou a
Cidade de Meca e se estabeleceu em Medina. Independentemente de crença ou data,
o começo de um novo ciclo é um convite para que se repense e se qualifique
a relação com o próximo e com o mundo.
Fonte:
Procuradoria Regional da República 4ª
Região – com informações de Scritta e Themis.
http://www.turminha.mpf.mp.br/nossa-cultura/datas-especiais/1o-de-janeiro-dia-da-confraternizacao-universal-e-da-paz
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