Há 53 anos, o baiano João Gilberto gravava a canção
"Chega de Saudade", de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.
Quatro anos mais tarde, a mistura de samba com influências do jazz americano
chegava a mais importante casa de espetáculos do mundo, o Carnegie Hall, em
Nova York. Era a Bossa Nova garantindo seu lugar na história da música. Para
homenagear um dos movimentos culturais mais importantes da história do país, o
Congresso aprovou em março de 2009 projeto (que resultou na lei 11.926, de 17 de
abril de 2009 - clique aqui) instituindo o Dia Nacional da Bossa Nova, a ser
celebrado no dia 25 de janeiro.
A data coincide com o aniversário de um de seus
principais expoentes, o maestro Tom Jobim. Surgida nos bares e apartamentos de
Copacabana, a Bossa Nova garantiu à música popular brasileira projeção
internacional. Um de seus maiores clássicos, Garota de Ipanema, de Tom e
Vinicius, é até hoje uma das canções mais executadas e regravadas em todo o
mundo. Além de Tom, Vinicius e João Gilberto, foi marcante no movimento a
participação de Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Marcos Valle,
Dori Caymmi, Edu Lobo, Francis Hime, Carlos Lyra, Nara Leão, Baden Powel, entre
outros. Antonio Carlos Jobim, o homenageado, nasceu no Rio de Janeiro em 1927. Encontrou
em Vinicius de Morais, o "poetinha", um de seus parceiros mais
constantes, a partir da trilha sonora da peça Orfeu da Conceição, de 1956. Suas
composições foram gravadas pelos maiores intérpretes brasileiros do seu tempo.
Em 1967, gravou um LP com o norte-americano Frank Sinatra. No piano, produziu
algumas das mais belas obras do cancioneiro nacional, como Águas de Março e
Passarim, até sua morte, em 1994. O trecho a seguir se encontra no livro A Onda
que se Ergueu no Mar, sobre a história da Bossa Nova, do jornalista e crítico
musical Ruy Castro. "Todas as vezes que Tom abriu o piano, o mundo
melhorou. Mesmo que por poucos minutos, tornou-se um mundo mais harmônico,
melódico e poético.
Todas as desgraças individuais ou coletivas pareciam menores
porque, naquele momento, havia um homem dedicando-se a produzir beleza. O que
resultasse de seu gesto de abrir o piano - uma nota, um acorde, uma canção -
vinha tão carregado de excelência, sensibilidade e sabedoria que, expostos à
sua criação, todos nós, seus ouvintes, também melhorávamos como seres
humanos."
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI125340,41046-Comemorase+hoje+25+de+janeiro+o+Dia+Nacional+da+Bossa+Nova
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